15 de abril de 2013

Capítulo 1 - A Volta (O Trato - Segunda Temporada)


Capitulo 1 – A Volta

#Um Ano e Meio Depois...

O frio que fazia em Londres era quase insuportável, sério! Fazia Forks não ser nada, e piorava com o fato de eu ter cortado o cabelo. Estava agora saindo da sala do reitor da faculdade. Tinha feito uma coisa que eu jamais imaginei que faria... Não depois de tudo o que eu fiz pra chegar aqui, mas as coisas mudaram desde que eu recebi aquele telefonema...

Flash Back On

#Três semanas atrás…

“Tinha acabado de sair da faculdade, estava indo em direção ao meu apartamento e do Jack. O inverno tinha acabado de chegar a Londres, e as ruas estavam com um pouco de neve. Como infelizmente eu ainda não tinha carro, tive que ir a pé, não que eu me importasse, caminhar da faculdade pra casa não se compara ao que o Jacob tinha me feito passar ao correr uma maratona que teve há pouco tempo aqui em Londres. Foi quase um milagre eu ter chegado viva no final do percurso. Eu já estava pra virar rua que dava pro Hyde Park, quando o meu celular tocou.

- Alô? – falei colocando a mão livre dentro do casaco e ajeitando o gorro da minha cabeça.

- Bella? – a voz animada da minha mãe soou do outro lado da linha.

- Oi mãe – cumprimentei alegremente. Já fazia algum tempo que eu não falava com ela, a ultima vez foi no dia do seu aniversário.

- Oi querida! Como você vai? Tá bem? E o Jack? Ele ta legal? Melhorou da gripe? Espero que sim – falou tão rápido que eu tive que me concentrar pra entender.

- Calma mãe... – falei rindo – To bem sim e o Jack também, já melhorou da gripe.

- Ah que bom...

- Mas e a senhora? Ta tudo bem? E o Charlie?

- Nós estamos mais do que bem! – praticamente gritou do outro lado da linha.

- Ah é? E eu posso saber por quê? – senti que ela ficou meio hesitante na hora de responder.

- Na verdade é um assunto meio sério filha, por isso gostaria que se sentasse...

- Hiii to pressentindo que vem bomba... – falei me sentando em um dos bancos do parque.

- Não, não é uma bomba, na verdade ta mais para um milagre...

- Milagre?

- Bella... Pode ir se preparando, pois você terá um irmãozinho.

- O QUE!? – gritei me levantando.

- Eu to grávida Bella...”

Flash Back Off

Eu to grávida Bella… Eu to grávida Bella…” Essa frase ficou na minha cabeça durante semanas, até eu tomar a minha decisão... Estava voltando pros Estados Unidos, depois de quase dois anos eu estava voltando. Alguns podem me chamar de doida, afinal eu lutei tanto pra chegar aqui e agora eu to indo embora sem mais nem menos, mas é a minha mãe e ela precisa de mim mais do que nunca agora. É claro que tudo seria perfeito se não fosse por em pequeno detalhe... Charlie e Renée não estavam mais em Forks.
Uns meses depois que eu fui embora, eles começaram a dizer que estavam se sentindo sozinhos, já que não tinha mais ninguém lá, e com “ninguém” eu quero dizer os Cullens, nem Esme e Carlisle continuaram lá, todos tinham ido para New Hampshire, Hanover onde fica Dartmouth, que é a faculdade que Alice, Emmett e ele estudam. Rose e Jasper também tinham ido pra lá e Renée e Charlie impulsionados por isso, resolveram também ir para lá. Agora todo mundo que eu conheço está em Hanover, maravilhoso hein?! (Não sei se perceberam, mas eu estava sendo sarcástica).
Agora quem estava indo pra lá era eu. E esse foi o motivo ter ido falar com o reitor da faculdade, estava me transferindo para Dartmouth. Claro que eu não conseguiria isso sem uma pequena ajuda de uma pessoa que eu jamais pensei em pedir. Carlisle. Ele era a única pessoa que sabia que eu estava voltando, e só porque era ele que tava pagando a minha passagem de volta.
Nosso relacionamento melhorou nesses últimos meses. Digamos que tínhamos saído da área do colegas, para quase amigos. Ainda não tínhamos aquela intimidade de pai e filha, mas pelo menos agora quando nos víamos, não brigávamos.
Fui tirada dos meus devaneios com o porteiro do prédio falando comigo. Tava tão imersa em meus pensamentos que nem percebi que já tinha chegado em casa. Cumprimentei Fred O Porteiro (piadinha pessoal minha e do Jack) e subi pro meu andar. Quando entrei no apartamento dei de cara com a última pessoa que eu queria ver no momento.  
- Ah fala sério! Você não tem casa não Renesmee? – falei para a prima do Jacob que estava deitada no sofá da sala com uma tigela grande de salgadinhos. Renesmee era uma pirralha de 10 anos que era super “apaixonada” pelo Jack e que me odiava. Ela vinha pra cá quase todo dia e ficava dando em cima do Jacob, o mais bizarro era que ele dava corda pra ela. A menina era tão doida que um dia eu a peguei cheirando uma camisa dele, vê se pode?
- Pergunto a mesma coisa pra você – rebateu.
- Eu moro aqui – lembrei, fazendo com que ela bufasse de raiva.
- Não me lembre desse infeliz detalhe... – falou e se levantou – To esperando o Jack, a gente vai tomar sorvete.
- Ah é, esqueci que a pirralha ainda gosta de tomar sorvetinho com o priminho – falei zoando com a sua cara.
- Eu não sou pirralha – falou com raiva parando na minha frente e tentando ficar na ponta do pé para me encarar.
- Verdade, tinha esquecido que pirralha é um termo muito adulto pra você, por que a gente não muda pra bebe? – zoei mais ainda, me controlando para não rir de sua cara de raiva. Ela grunhiu e veio pra cima de mim como eu já esperava, antes que ela me tocasse, peguei seus braços os cruzando na frente de seus peitos, passei meu pé pela suas pernas e fiz força pra baixo, fazendo com que ela caísse de costas no chão e sentei em cima de seu quadril.
- Nunca aprende né? – falei segurando seus braços com força.
- EU TE ODEIO ISABELLA SWAN! – gritou se debatendo.
- O sentimento é recíproco – falei segurando seus pulsos com uma só mão e a outra batendo na sua testa – Limpa o sofá – falei e sai de cima dela indo pro meu quarto, antes de fechar a porta, escuto ela falando...
- Você me paga!
- Como se não houvesse ouvido isso antes! – gritei rindo e fechando a porta.
Eu e Renesmee brigávamos muito, mas eu sei que quando eu fosse embora, sentiria falta dessas brigas. E sentiria falta principalmente do Jacob. Ainda não tinha contado pra ele sobre a minha viagem, digamos que as coisas entre mim e ele estavam meio estranhas agora. Quando eu cheguei aqui Jack foi sem sombra de duvida a pessoa mais importante pra mim, ele que me ajudou a parar de chorar por ele. Jacob em um curto período de tempo se transformou do meu colega de apartamento, para o meu melhor amigo... Bom isso até aquele fatídico dia de ano novo. Estávamos todos na casa dos pais do Jacob, comemorando o ano novo, quando de repente, na hora dos fogos de artifício, Jack me agarra por trás e me beija. E qual é a primeira ação quando alguém te beija de surpresa? Fica sem ação, certo? E foi o que eu fiz, eu só fiquei parada, olhando pra ele enquanto a sua boca continuava grudada com a minha. Depois disso as coisas jamais voltaram a ser como antes...
Jack falou que gostava de mim e eu não disse nada, mas também o que eu diria? Pô! Até um tempo atrás ele era só meu amigo, e eu já me envolvi com um amigo, e pode ter certeza que não presta. Mas eu também não podia negar que sentia alguma coisa pelo Jacob, não sei se era só amizade ou tinha algo a mais, só sei que quando ele me beijou naquele dia meu coração acelerou tanto que eu até me senti meio envergonhada, com medo que ele pudesse ter escutado.
Balancei a cabeça, tentando me livrar desses pensamentos. Fui pro guarda roupa pegar uma roupa mais confortável pra usar. Optei por um short curto de algodão, uma regata branca e por cima um moletom velho que eu achei escondido lá no fundo e como tava muito frio, coloquei uma meia também. Já tava pra sair do quarto, pra ver se a pirralha da Renesmee tinha feito o que eu mandei, quando o meu celular tocou.
- Alô?
- Bella? É o Carlisle.
- Ah oi...  – falei prendendo o celular entre a orelha e o pescoço, enquanto usava as mãos para amarra meu cabelo.
- Ei, eu só liguei pra avisar que eu já comprei sua passagem.
- Oh sério? – perguntei surpresa, não acreditava que ele ia conseguir tão rápido, já que eu só fui pedir isso pra ele há uns dois dias.
- É, só tem um problema.
- E qual é?
- A sua passagem é pra amanhã...
- O que? – perguntei surpresa – Não vai da tempo, eu ainda tenho que arrumar as coisas por aqui...
- É, eu sei, mas é que foi a única que eu consegui, todos os outros vôos estão lotados... – se desculpo. Suspirei pensando bem no que ia fazer, o tempo realmente não me importava, se desse ia hoje, mas tinha o Jacob, eu pensava que teria um tempo pra preparar ele, conversa com ele, não gostaria de ir embora e deixar ele pensar que eu tava fugindo dele – Bella?Você ainda tai?
- To, foi mal, o que você disse?
- Eu perguntei se você ta certa disso... Quer mesmo voltar?
- Claro Carlisle! – exclamei – Eu vou voltar pros Estados Unidos.
- Como é que é?! – Renesmee gritou atrás de mim, me virei de supetão me assustando com sua voz. Ficamos nos encarando um tempo, quando de repente ela começou a gritar... – EU VOU CONTAR PRO JACK! EU VOU CONTAR PRO JACK!
- Renesmee não! – gritei e sai atrás dela – Carlisle depois eu te ligo – falei antes de desligar o celular. Uma dica de quem já caiu muito na vida, jamais corra de meia, elas só vão lhe ajudar a cai mais. E foi exatamente isso que aconteceu, quando eu já tava virando o corredor, meus pés deslizaram pelo assoalho de madeira e eu acabei escorregando, caindo de bunda no chão – Filha da...
- EU VOU CONTAAAR – a peste continuou gritando. Levantei correndo, sem ligar pra dor na bunda.
- Cala a boca Renesmee – falei com raiva correndo atrás dela pela casa.
- NÃO!... EU VOU CONTAAAR! – continuou gritando. Grunhi e parti pra cima dela, pulando nas suas costas, fazendo com que ela caísse de cara no chão. Sentei em cima de suas costas, sem colocar peso é claro, pois não podia esquecer que apesar de ela ser um demônio ela era também uma criança – Sai de cima de mim perna de saracura!
- Perna de saracura é avó! – exclamei com raiva. Qual é! Eu sei que tenho perna fina, mas precisa ficar falando? – E não, eu não vou sair enquanto você não me prometer que não vai contar pro Jacob.
- Por que hein? Tem medo que ele fique com raiva de você?
- Não! Mas porque você tem uma mania incrível de distorcer tudo o que eu falo! – respirei fundo e continuei – Agora promete que não vai contar.
- Não! – gritou.
- Ótimo, então a gente vai ficar assim por um bom tempo... – falei sentando mais em cima dela, fazendo com que ela sentisse meu peso.
- AAAIII VOCÊ VAI ME ESMAGAR SUA MALUCA!
- Promete! – falei colocando mais peso.
- TÁ! EU PROMETO!
- Ótimo!
- AGORA SAI DE CIMA DE MIM...
- Tá estressadinha – falei saindo de cima de sua costa. Ela se levantou pulando e ajeitou um pouco a roupa.
- Você me paga Isabella! Eu vou contar sim pro Jacob que você vai pros Estados Unidos.
- O QUE? – uma voz grossa surgiu atrás de mim. Vir-me-ei assustada.
- Jack... – sussurrei.
- Hiii lasco! – falou Renesmee atrás de mim.
- Jacob eu posso explicar...
- Acho bom mesmo – falou enraivecido fechando a porta com força.
- Renesmee sai – falei sem olhá-la.
- Ah não, eu quero ver o barraco – falou e foi impossível não revirar os olhos com essa frase que só poderia sair da boca dela.
- Sai Renesmee – falou Jacob curto e grosso. Ela saiu em direção ao meu quarto de cabeça baixa e ombros curvados.
- Você não precisava ter falado assim com ela.
- Você fala assim com ela toda vez.
- Mas ela ta acostumada, e bom... Ela me odeia também, mas você...
- Tá, eu entendi, depois eu falo com ela, agora eu quero saber de você... Que história é essa de voltar pros Estados Unidos?
- Não tem história nenhuma, eu só resolvi voltar – falei dando de ombros.
- ? Ah por favor, né Bella!... O que ta acontecendo?
- Renée tá grávida – comecei a explicar.
- E daí? – perguntou de braços cruzados.
- Daí? Jacob ela é minha mãe!
- Ela tá grávida, não você.
- Jacob... – falei devagar, tentando me controlar pra não explodir do jeito que eu queria – É o primeiro filho dela depois de mim, sabe quanto tempo ela tá esperando isso? É um momento especial pra ela, e eu quero participar disso, afinal é meu irmão ou irmã que tá lá dentro.
- Tem certeza que é só por isso? – perguntou desconfiado.
- Como assim?
- Tem certeza que não é por outra coisa? Ou melhor dizendo, por outra pessoa?
- O que você esta insinuando? – perguntei séria.
- Você sabe muito bem do que é que eu estou falando... Você não esta voltando só pela Renée, mas pelo Edward também.
Senti-me vacilar quando ele disse o nome do Edward. Mesmo depois de todo esse tempo, ainda me sentia balançada toda vez que esse nome era pronunciado. Abaixei a cabeça respirando fundo.
- Não é por causa dele – falei, não sabendo se era pra mim mesma ou para o Jacob.
- Claro que é, ta escrito na sua cara... – continuei de cabeça abaixada, não conseguindo encará-lo – Não acredito que depois de todo esse tempo você continua gostando daquele idiota.
- Jacob...
- Bella olha pra mim... – falou segundo meu rosto entre suas mãos e me olhando diretamente nos olhos – Esquece aquele cara, ele não serve pra você, ele só te magoou lembra?... Fica aqui, comigo, eu posso te fazer feliz tanto quanto aquele cara...
- Jack...
- Por favor, Bella – sussurrou seus lábios quase se encostando aos meus. Eu não podia fazer isso, não com o Jacob. Ele sempre me apoio, sempre esteve ao meu lado... Ele merecia alguém melhor para ficar ao seu lado.
- Sinto muito Jacob – sussurrei abaixando a cabeça e me controlando para não chorar. Ele ainda segurou mais um pouco meu rosto antes de soltar e se dirigir a porta – Aonde você vai? – perguntei inutilmente.
- Sai, ao que parece não adianta nada eu ficar aqui.
- Jacob... – falei tentando chegar mais perto, só que ele me interrompeu.
- Só espero que ele não te machuque de novo – falou e saiu. Eu fiquei lá, parada no meio da sala, me controlando para não chorar. Droga eu sempre faço tudo errado! Não era para ele se machucar, não ele!  Suspirei antes de me virar e ir em direção ao meu quarto. Quando entro me deparo com Renesmee deitada na minha cama, com uma cara triste.
- Ele tá com raiva de mim? – perguntou chorosa. Eu rir sem humor e fui me deitar ao seu lado.
- Não, ele ta com raiva de mim – expliquei.
- Você vai mesmo embora?
- Vou – falei e lhe dei um sorriso zombeteiro – Já pode começar a programar a sua festa em comemoração.
- Eu não vou fazer festa nenhuma – falou bufando – Eu odeio você, mas não queria que você fosse embora.
- Ah não?
- Não, pois se você for embora com quem eu vou brigar? – perguntou olhando pra mim com seus grandes olhos castanhos parecidos com os meus. Jacob brincava dizendo que eu tinha tido uma filha e não sabia, só porque Renesmee era minha “cópia”. Seus cabelos eram castanhos, como os meus eram antes de eu pintar, ela tinha os mesmo olhos que os meus e o mesmo temperamento estressado, não preciso dizer que quando ele disse isso eu meti o braço nele né?
- Também vou senti sua falta pirralha – brinquei fazendo com que ela bufasse.
- Pirralha é avó! – falou irritada me fazendo rir. Levantei da cama a levando junto.
- Vem briguenta, me ajuda arrumar a minha mala.
- Eu tenho cara de empregada por acaso? – perguntou colocando as duas mãos na cintura.
- É melhor para de resmungar, se não eu vou ter que te lembrar do que te fiz d’agora – falei fazendo-a lembrar de quando em estava sentada em cima de sua costa.
- Onde esta a mala? – perguntou apressadamente, me fazendo rir.
Passamos o resto da tarde arrumando minhas coisas. Foi bom fazer isso com ela, quando Renesmee não estava gritando e fazendo peraltice até que ela era legal. No começo da noite liguei pro Carlisle pra resolver o lance das passagens, ele disse que era só da o nome dele na hora do embarque que tudo bem, ah e é claro levar meus documentos. Mais tarde fiz o nosso jantar e tenho que dizer que Renesmee come como uma porca, ô menina pra fazer sujeira. Ela ia passar a noite aqui, na verdade ela sempre passava a noite aqui, infelizmente os pais da Renesmee não ligavam muito pra ela e eu não entendo porque, apesar de ela ser uma peste, ela tinha seus momentos. Acho que era por isso que ela era “apaixonada” pelo Jacob, ele sempre cuidou dela, desde que era bebe pelo o que ele me disse, então acho que não era surpresa ela se senti assim em relação ao Jacob, mesmo que seja só uma paixonite de “adolescente” como ela já se diz ser. Arrumei ela na minha cama - sim na minha cama, sempre sobrava pra mim dividir o lugar com a pirralha, e fui tomar meu banho. Quando voltei pro quarto já era umas onze horas e Jack ainda não tinha chegado, o que já estava me deixando nervosa. Me deitei ao lado de Nessie (apelido que Jacob tinha dado a ela) depois de trocar de roupa, tomando cuidado para não acordá-la.
- Ela ainda não chegou? – sussurrou depois de um tempo.
- Não – sussurrei de volta.
- Será que ele tá bem? – perguntou preocupada.
- Claro que ele esta... – sussurrei e comecei a fazer carinho no seu cabelo – Ele só está meio chateado ainda, você vai ver que logo, logo ele tai – falei e comecei a cantar uma musica que minha mãe cantava pra mim quando eu era criança.
- Bella? – chamou meio sonolenta.
- Sim?
- Eu vou sentir sua falta... – sussurrou e caiu na inconsciência. Eu fiquei olhando pra ela, pro seu rosto de meio anjo e meio demônio. Apesar de todas as nossas implicâncias, eu aprendi a amá-la, não sei como, talvez nas nossas horas de brigas ou quando ela dormia comigo, só sei que eu a considerava minha irmã mais nova, ou até como o Jack disse... Minha filha. O que era super bizarro para uma mulher de quase 20 anos. Ri um pouquinho lembrando das nossas brigas e beijei seus cabelos.
- Eu também vou sentir sua falta... – sussurrei antes de pegar no sono.
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Acordei no outro dia umas cinco da manhã. O vôo sai as sete, então já tava mais do que atrasada. Deixei Nessie dormindo e fui tomar meu banho. Quando sai do banheiro fui da uma olhada no quarto do Jacob. Suspirei ao constatar que continuava do mesmo jeito que ontem. Ótimo, Jack não dormiu em casa. Voltei pro quarto e coloquei uma roupa confortável, pois eu sabia que seria horas de viajem até Hanover. Peguei minha mala (não ia levar muito, pois com certeza Alice me faria comprar tudo novo) e deixei na frente da porta, já tinha ligado pro taxi, então agora era só esperar. Suspirei indo até o quarto do Jacob e pegando um papel de sua escrivaninha. Eu não poderia nem me despedir dele pessoalmente, mas a escolha foi minha, então eu não tinha do que reclamar. Peguei uma caneta e comecei a escrever no papel um recado pra ele...
Eu sei que você deve estar com muita raiva de mim e você não sabe o quanto eu sinto por isso.
Eu te amo Jacob, mas infelizmente não da forma que você quer... Eu poderia ficar aqui, tentar com você, mas eu só estaria enganando a mim e a você.
Eu sinto muito por tudo, adoraria me despedir pessoalmente, mas acho que assim só seria mais difícil pra você e pra mim.
Espero que depois de tudo, a gente ainda possa ser amigos... Desejo tudo de bom pra você...
Com amor Bella.
Quando terminei de escrever a carta, a dobrei e a coloquei em cima da cama, pra quando ele entrasse a encontrasse. Já estava saindo do quarto quando ouço a buzina lá embaixo. O taxi tinha chegado. Suspirei indo ao meu quarto e dando um beijo em Renesmee de despedida. Depois de ter pegado tudo, como carteira e identidades, fui para a sala e levei a mala pro elevador, depois voltei rapidamente pra trancar a porta, deixando pra trás a minha curta vida em Londres.
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Finalmente! Depois de um dia inteiro de viagem, tinha chego a Hanover, New Hampshire. Hanover era uma cidade pequena, bem pequena. Acho que era do tamanho de Forks. A única coisa que animava essa cidade era as festas da faculdade, não que eu me importasse com isso, em um ano e meio que estive fazendo faculdade em Londres só fui a uma festa, que foi de boas vindas aos calouros, depois nunca mais. Quando você quer se forma em medicina tem que esquecer festas. E eu não me senti privada de nada, preferia ficar em casa estudando, do que numa festa onde eu só veria gente bebendo e se pegando.
Balancei a cabeça me livrando desses pensamentos e fui procurar um taxi no lado de fora do aeroporto. Não sabia onde era o apartamento da Alice, então dei o endereço da faculdade pro taxista, na esperança de que quando eu chegasse à faculdade encontrasse algum conhecido. Depois de uns 15 minutos, tinha chego à faculdade de Dartmouth. Paguei a o taxista e sai. Dartmouth era enorme, quase tão grande quanto a minha antiga faculdade. Os prédios eram todos construídos de tijolos laranja meio amarronzado, tinha uma grande área verde e era bem espaçosa, em poucas palavras era linda. Suspirei imaginando que teria que rodar todo aquele lugar carregando uma mala pesada, e pior que não tinha ninguém no campos a quem eu pudesse perguntar. Dei uma girada para ir para o outro lado, quando me choco com alguém...
- Ai! – nós duas exclamamos caindo de bunda, uma para cada lado. Tínhamos batido de frente, fazendo com que nossas cabeças batessem, o que explicou o fato de eu estar me sentindo meio zonza.
- Humm... Foi mal – falou se levando e me ajudando a levantar.
- Não, tudo bem, a culpada fui eu... – falei esfregando um pouco a testa e olhando melhor a garota a minha frente. Ela era baixinha, tinha cabelos castanhos, olhos verdes bem claros e se vestia de forma doce. Um vestidinho branco que ia até o meio de suas coxas e uma sandália gladiador. Tinha que admitir que ela era muito bonita.
- Ei eu não te conheço? – perguntou apontando um dedo pra mim.
- Eu duvido, eu sou nova aqui – explique ajeitando minha mala que tinha caído na hora do baque.
- Sério? Cara eu juro que já te vi em algum lugar...
- Acho meio difícil – falei.
- Qual é o seu nome?
- Bella – respondi simplesmente.
- Bella, Bella, Bella... – ficou repetindo estalando o dedo tentando se lembrar, quando de repente parou e me olhou de olhos arregalado – Oh meu Deus!
- O que? – perguntei não entendendo nada.
- É você! Claro que é você, só mudou o cabelo, mas é você... – falou me olhando admirada.
- Hein? – perguntei confusa.
- Você é Isabella Swan, certo? – fiquei estática ao perceber que a garota me conhecia. De onde diabos ela me conhecia?
- Como você sabe meu nome?
- Ai eu sabia! – gritou animadamente – Eu sou Lucille Hanks, amiga dos Cullens.
- Oh... – exclamei surpresa e ao mesmo tempo feliz, afinal agora não precisava mais ficar rodando a faculdade inteira a procura de algum conhecido – Oi, é... De onde você conhece os Cullens?
- Eu sou namorada de um deles...
- O que? – perguntei não acreditando no que ouvia.
- Você não sabia? Eu sou namorada do Edward.
Arfei tamanha a dor que eu senti. Meus olhos começaram a arder, adiantando as lagrimas que queriam rolar, mas eu não ia chorar, afinal isso não era pra ser surpresa né? Edward era um homem livre e desimpedido, e não tinha culpa nenhum de eu ainda gosta dele... Gostar dele. Não acreditava que depois de tanto tempo ainda me sentia assim por ele. Jack estava certo, eu não tinha vindo pra cá só por causa da Renée, mas pelo Edward também, pela minha estúpida esperança de que algum dia ele olharia pra mim de forma diferente. Deus como eu era burra!
- Bella você me ouviu? – Lucille chamou minha atenção.
- Oh desculpa... – falei corando – O que você disse?
- Eu perguntei o que você faz aqui, você não estava fazendo faculdade em Londres?
- É, mas... Eu resolvi voltar mais cedo, sabe? Saudade dos amigos.
- Ah isso é ótimo! – falou me abraçando – Você não sabe quanto os outros sentem sua falta, principalmente a Alice, ela fica choramingando que não tem a melhor amiga aqui.
- Imagino – falei sorrindo ao me lembrar da baixinha. Eu e Alice conversávamos quase todos os dias, principalmente na época do termino do seu namoro com o Jasper. Sim, eles terminaram. Sabe aquela história de Alice ter acordado seminua na cama de outro cara? Bom essa história veio a tona três meses atrás quando Alice e Jasper esbarraram nesse tal cara e ele lembrou da baixinha, falando tudo o que lembrava do dia da festa, incluindo sua pegação com Alice. Jasper depois disso teve um ataque de ciúmes e termino tudo com Alice, e estão assim até hoje. A anã de jardim me fez pagar uma nota com o telefone no dia que me contou sobre isso, ficou o dia todo chorando no telefone, e eu como a melhor amiga prestativa, tive que aguenta-la.
- Mas me conta aonde você vai ficar? – perguntou parecendo preocupada.
- Na verdade eu ia te perguntar isso... Onde a Alice mora?
- Ah é aqui perto, algumas quadras só, mas por quê?
- É que eu pediria pra ficar com ela por uns tempos, até eu achar um lugar pra ficar.
- Hiii... – falou fazendo uma careta.
- O que?
- É que eu não sei se vai ter um quarto...
- Como assim? Que eu saiba as únicas que moravam lá eram a Alice e a Rose.
- É, mas deu um problema no apartamento dos garotos, agora todos estão morando juntos – explicou. Puta merda! Agora ferro, como eu ia fazer? Eu vim especialmente agora porque pensava que teria um lugar na casa da Alice, mas com os meninos morando lá, todas as minhas chances de ter um lugar pra dormi foram por água abaixo.
- E agora o que eu faço?
- JÁ SEI! – gritou – Olha, eu te levo pra casa da Alice... Com certeza deve ter um quarto sobrando, e se não tiver, sempre tem a opção do sofá né?
- Com certeza o sofá deve está sendo usado pelo Jasper – falei contando mentalmente os quartos do apartamento. Pelo que Alice me disse não era muito grande, tinha três quartos, um banheiro, uma cozinha pequena e uma sala. Se todos os meninos estavam lá, então Emmett tava com Rose, Alice e Edward sozinhos e o Jasper no sofá, e o que sobrava pra mim? O chão! Estou começando a me arrepender de ter voltado!
- Que isso! Olha se tiver algum problema você pode dormi com a Alice no quarto dela... – falou tentando me animar – Eu até te convidaria pra ir para minha casa, mas eu durmo no dormitório do colégio, então...
- Relaxa, eu vou pra casa da Alice e lá eu vejo o que eu faço.
- Ótimo! Quer que eu te leve?
- Se não incomodar.
- Claro que não, vem! – falou puxando minha mão direita e me arrastando para seu carro. Essa tal de Lucille deve se da muito bem com a Alice, as duas são bem animadas e pelo jeito que ela se verti, com certeza deve ser uma companheira para Alice na hora das compras.
- Obrigada Lucille – falei depois de ter entrando no seu carro e guardado minha mala.
- Ah não por isso... – falou corando – E, por favor, me chame de Lucy.
- Ok Lucy – falei rindo.
- Sabe que eu sempre tive vontade de te conhecer pessoalmente – falou enquanto dirigia pelas ruas de Hanover.
- Sério?
- É, eles sempre falam tão bem de você, que me deu curiosidade, principalmente depois que o Edward falou que você ama tatuagens, eu tenho uma também ó – falou me mostrando o pulso onde tinhas três estrelas pequenas uma embaixo da outra.
- É linda... Ele fala muito de mim? – não tive como segurar, quando menos vi, já tinha perguntado.
- Ele é o que mais fala... Sabe de como vocês eram amigos na época do colegial.
- Ah amigos, claro – falei abaixando a cabeça. Quando eu ia parar de me afetar tanto com ele? Jacob estava certo, eu tinha que parar de pensar no Edward, devia me dar outra chance, mas será que eu conseguia?...

- Chegamos! – exclamou animadamente parando na frente de um prédio grande, todo feito de tijolos brancos.

- Obrigada pela carona – falei com sinceridade tirando o sinto de segurança.

- Ah de nada... Olha eu não vou poder te acompanhar, tenho que fazer um trabalho na casa de uma amiga minha, então será que você poderia avisar pro Edward que mais tarde eu o encontro no pub?

- Ah claro, é... – falei e de novo foi impossível me segurar e perguntei – Vocês vão ter um jantar romântico?

- Oh não, Edward não é desse tipo – falou rindo. Não é desse tipo? Deus com certeza Edward é o tipo de cara que faz jantares românticos, ou pelo menos era assim antes... – Hoje é o dia que ele canta.

- Como? – perguntei surpresa.

- Toda sexta a noite ele e sua banda se apresentam no pub, você tem que ver, é incrível, até fãs ele já tem – terminou rindo e foi impossível não acompanhar. Edward estava cantando em publico. Isso quer dizer que agora ele estava pronto para deixar as outras pessoas verem o que ele sentia de verdade. Sorri só de imaginar o quanto ele devia ficar lindo cantando e mostrando seus sentimentos – Bella?

- Oi?

- Você ouviu o que eu disse?

- Ah não... Desculpa, o que foi?

- Eu falei que o apartamento deles é 26 e fica no terceiro andar.

- Ah claro, terceiro andar – falei pra me lembrar.

- Só tem um probleminha! – falou fazendo uma careta. Deus outro problema?

- O que é?

- O elevador não presta.

- O que?! – praticamente gritei. Como eu ia subir três andares carregando uma mala super pesada?

- Foi mal, eu até te ajudaria, mas como te disse eu já to atrasada – se desculpou.

- Não relaxa, eu me viro – não deve ser pior do que corre numa maratona né? Sai do carro, peguei minha mala e me despedir de Lucy, prometendo que conversaríamos mais a noite, no tal pub.

O prédio por dentro não era diferente de nenhum, a única diferença que na porta do elevador havia uma placa informando que ele estava quebrado. Ótimo! Suspirei antes de começar a subir a escada com aquele peso pesado na mão. Quando finalmente cheguei ao corredor do apartamento das meninas, já não estava aguentando mais. Eu estava completamente suada e ofegante, meu braço parecia que estava dormente de tão cansado que estava de carregar aquela mala. Mas eu não ia desistir agora, não quando faltava tão pouco pra chegar. Respirei fundo e fui procurar o tal apartamento. Não foi difícil encontrar o apartamento, já que até do lado de fora dava pra ouvir os gritos histéricos da Alice. Não conseguir conter o sorriso com isso. Era tão bom estar em casa. Parei na frente da porta do apartamento, respirei fundo, dei uma ajeitada na roupa e no cabelo e bati na porta. Não demoro nem meio minuto e Alice já estava abrindo a porta. Ela ficou uns 50 segundos só me olhando de olhos arregalados antes de dá um belo grito.

- BELLAAA! – gritou vindo me abraçar, juro que o baque entre nossos corpos foi tão grande que eu tive que me segurar pra não cair. Ela gritava ao mesmo tempo que tentava falar, o que resultou em eu não entendo nada. Deixei ela extravasar um pouco entes de mandar ela cala a boca.

- Acabou? – perguntei olhando-a séria.

- Agora já – falou respirando fundo.

- Ótimo – exclamei sorrindo e puxando-a para outro abraço – Você não sabe o quanto é bom te ver.

- Ai Bellinha é bom ver você também – falou com lágrimas nos olhos. Soltei-a para vê-la melhor, apesar de ela me mandar fotos, nada se comparava a ver Alice cara a cara. Seus cabelos que antes era todo picotado e curto, agora estavam compridos, parando em no meio de suas costas. Se possível ela estava mais linda do que antes – Mas o que você faz aqui? Não devia estar em Londres?

- Se você quiser eu posso ir embora – brinquei.

- Nem morta... Vem! – falou puxando minha mão esquerda enquanto a direita eu pegava a minha mala – Quando você chegou?

- Humm... – fiz olhando o meu relógio – Há duas horas.

- Duas? E por que não me avisou? Eu teria ido te buscar.

- Ah eu queria fazer surpresa – expliquei enquanto dava uma olhada no apartamento. Como Alice tinha me dito ele não era muito grande. A sala onde estávamos era bem pequena como um sofá, uma poltrona, uma mesinha de centro e uma TV, a cozinha era ligada a sala e ela igualmente pequena. Os quartos deveriam ser na parte de cima.

- Gostou? – perguntou Alice vendo que eu olhava a casa – A gente redecoro ela não faz muito tempo.

- É linda – falei admirando a casa.

- Muito diferente da de Londres?

- Muito! Principalmente porque eu dividia uma casa com um homem e uma criança.

- Bom, agora eu divido a casa com três homens.

- É, eu soube.

- Como? – perguntou curiosa.

- Eu conheci a Lucy – falei simplesmente.

- Ah... – foi só o que disse, com certeza vendo a minha cara – E você já sabe que...

- Ela é namorada do Edward? Sim eu já sei... Ela me disse.

- Eu não te disse, porque...

- Não tem problema Alice – falei sem deixá-la se desculpar – Ele é livre, pode fazer o que quiser. E bom, a gente não tem mais nada, certo? Na verdade nunca tivemos...
- Mas, você ta bem? – perguntou preocupada.

- To Alice, to muito bem – respondi. Ela ficou me olhando um tempo como se quisesse confirmar isso, antes de mudar de assunto.

- Ok!... Mas me conta ai, o que você veio fazer em Hanover e ainda trazendo essa mala?

- Você não vai acreditar, mas a... – fui interrompida com uma voz muito conhecida falando.

- Alice você viu a minha cami... - Edward falou descendo as escadas, mas parou de falar no momento em que seu olhar se cruzou com o meu. Senti que meu coração fosse explodir. Minha respiração ficou acelerada e meus batimentos cardíacos subiram. Deus como eles estava lindo! Tive que me controlar para não suspirar, se fosse possível ele estava mais belo do que antes. Seu corpo continuava másculo, apesar de ele aparentar estar mais magro do que antes. Ele estava com barba pra fazer e seus cabelos estavam mais bagunçados do que o normal. E seus lindos olhos verdes brilhavam com uma intensidade até então desconhecida pra mim... Ele estava aqui, depois da tanto tempo finalmente eu o tinha reencontrado, era até estranho esta cara a cara com ele, depois de todo esse tempo, mas apesar de ser estranho, não deixava de ser incrivelmente intenso... Intenso, pois infelizmente, aquela paixão que eu sentia por ele não tinha acabado, continuava intacta no meu coração, só estava escondido pelas magoas e traições... E eu tentaria de tudo para deixá-la a assim, bem escondida, pois se fosse por mim, ninguém mais se machucaria.

- Oi Edward.

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