15 de abril de 2013

Capítulo 21 - Despedidas (O Trato - Primeira Temporada)


Capitulo 21 - Despedidas

Abri meus olhos lentamente, tentando me acostumar com a claridade. Minha cabeça girava horrores, me deixando muito tonta. Olhei ao redor e vi que me encontrava em um quarto, bem bonito por sinal, com uma cama de casal, penteadeiras e uma mesa redonda pequena, com várias cadeiras ao redor, e uma dessas cadeiras é que eu estava sentada. Já ia levantar a mão, quando a senti presa, mas não só ela, minhas pernas também, foi ai que as imagens do baile vieram em minha cabeça.
PUTA MERDA! EU FUI SEQUESTRADA!
Era tudo o que eu queria no momento, ser seqüestrada. E pior do que ser seqüestrada, é imaginar quem gostaria de me seqüestrar. Poxa, justo eu?! Que não tenho nem um tostão furado? Chega a ser bizarro alguém me seqüestrar. O que me faz lembrar... QUEM ME SEQUESTROU?! A única coisa que eu consigo me lembrar é de um cabelo loiro, mas de gente loira eu conheço várias.
- Ah droga... – gemi tentando desamarra as minhas mãos, mas quem quer que amarrou isso, fez muito bem.
- Ah finalmente você acordou – falou uma voz fina, entrando no quarto.

- Só podia ser... – falei abaixando a cabeça e me controlando para da um grito – Tânia o que você pensa que esta fazendo?
- Achei que fosse obvio – falou puxando uma cadeira e sentando na minha frente.
- É sério garota, você tem titica de galinha no lugar do cérebro? O que deu em você pra mim seqüestrar? – perguntei fervendo de raiva.
- O que deu em você pra roubar o meu namorado? – devolveu.
- Ah fala sério, eu não acredito que você continua com essa história... – falei balançando a cabeça – Escuta, você deu um fora nele, lembra?
- É, mas não era pra ele ir correndo atrás de você.
- A gente nem namoro de verdade, foi tudo armado pra ele reconquista você... Olha, eu não sei o que se passa na sua cabeça, mas acho que você deveria ficar feliz com isso – expliquei.
- E eu fiquei, até perceber que ele estava afim de você – falou. Abaixei a cabeça, balançando em negação.
- Se ele gostasse realmente de mim, não teria voltado a namorar com você – falei não conseguindo esconder uma pontada de rancor na minha voz. Quando terminei de falar, ela começou a rir.
- É verdade, mas apesar disso... Ele continuou gostando de você – falou séria agora – E você gostou disso né?
- De que?
- Da atenção que ele te dá, qualquer coisa que você queria, ele faz.
- Você tá louca.
- E só pioro desde que você entrou nesse maldito concurso.
- Você deveria ficar feliz por eu ter entrado, pois se eu ganhar, eu vou embora daqui, e deixo o caminho livre pra você e pro Edward.
- Não importa onde você esteja, ele sempre ira pensar em você! – gritou.
- E você acha que me seqüestrando vai adiantar em alguma coisa?
- É melhor do que nada... – se levantou e chegou bem perto do meu rosto – Leve isso como uma vingança, por tudo que você já me fez.
- E o que eu te fiz? – perguntei.
- Tirou de mim a pessoa que eu amo.
- Ah conta outra... Você não o ama, só esta com do de cotovelo... – falei com um sorrisinho no canto dos lábios – Você é a típica garota mimada que não agüentar perder.
- Exato! E eu não vou perder de novo... Eu posso até não ficar com o Edward, mas você também não o terá – terminado de falar, se virou e foi embora.
Eu fiquei ali, em silencio, absorvendo tudo o que ela tinha me dito. MAS QUE PORRA! Essa menina só podia ser maluca. O que deu na cabeça dela, pra pensar que me seqüestrando, ela teria o Edward de volta?... Ah Edward, se eu saísse daqui viva, juro que meteria um belo de um soco em sua cara, pensei com raiva.
Me remexi na cadeira, tentando desamarra minhas mãos, foi quando senti uma coisa se remexer entre meus seios.
- O celular – sussurrei. Com essa confusão toda, tinha até me esquecido que tinha pego o celular – Como ela é burra – sussurrei de novo. Aquela vaca loira nem pra seqüestrar alguém presta, provavelmente nem me revistou pra ver se eu tinha alguma coisa escondida.
Comecei a me remexer de novo na cadeira, mas minhas mãos e pernas estão muito bem amarradas, e todo o meu esforço pra me desamarra era em vão.
Droga! Muito tarde pra me arrepender de não ter feito parte dos escoteiros, pensei grunhindo. Foi quando a lacraia oxigenada entrou no quarto.
- Ah querida Isabella, não adianta fazer isso, não... Você não vai conseguir se desamarra – falou docemente, sorrindo com uma criança. Ok Isabella, pensa, você tem que falar com calma agora, é única maneira de sair daqui a tempo de chegar ao concurso.
- Escuta Tânia... – falei lentamente, pra que ela me entendesse – Por que a gente não esquece tudo que rolou, hein? Por que não fingimos que o Edward nunca existiu? Ai você para com essa loucura e me solta.
- Fingir que nada aconteceu? – sussurrou sorrindo.
- É! – exclamei feliz por conseguir fazê-la me ouvir.
- Ai a gente poderia ser amigas? – perguntou sorridente e se aproximando mais de mim.
- É – falei, mas sem tanto animo dessa vez. Ela para na minha frente sorrindo angelicalmente, mas logo esse seu sorriso foi sumindo, se transformando em uma carranca.
- VOCÊ ACHA MESMO QUE EU SOU IDIOTA?! – gritou me dando um tapa na cara.
- Filha da... – não conseguir terminar, pois meu rosto ardia.
- Eu já te disse, você não vai sair daqui, você não vai atrapalhar a minha vida com o Edward de novo.
- Que droga Tânia, eu não me importo com o Edward, eu só quero que você me tire daqui – continuei insistindo.
- Pensava isso antes, de ter tirado o Edward de mim – falou e saiu do quarto.
- MAS QUE PORRA! – gritei. Falar com ela, era a mesma coisa que falar com uma porta.
Não sei quanto tempo fiquei lá, sentada, sem me locomover, mas sabia que já tinha se passado muito tempo, pois a luz forte que entrava pela janela de vidro do quarto, foi lentamente perdendo sua força, mostrando que a cada vez mais, nos aproximávamos do crepúsculo.
Eu a todo custo, tentava me desamarra, mas não conseguia e pra piorar, nenhuma idéia vinha em minha cabeça pra me tirar daqui. O celular entre meus seios, até então, era inútil. Até que eu tive uma idéia mais do que brilhante. Ela era meio absurda, e possivelmente não daria certo, mas era a única coisa que eu conseguia pensar que me tiraria daqui. Respirei fundo, limpei minha garganta e gritei...
- TÂNIA!!!!... OIIII! TEM ALGUEM AI?!... TÂNIAAAAA! – gritava que nem uma louca, esperando que a lacraia oxigenada entrasse no quarto – ALÔOOOO!
- O que você pensa que ta fazendo sua idiota? – entrou falando brava no quarto – Você quer que descubram que você está aqui?
- Até que não seria má idéia – falei sarcástica.
- O que você quer sua maluca? – perguntou, e ai estava a brecha que eu precisa pra colocar meu plano em prática.
- Eu preciso ir ao banheiro Tânia – falei, fazendo a minha melhor cara de apertada.
- Ah, mas não mesmo – negou com a cabeça.
- Ai, por favor, Tânia, você me mantel presa aqui o dia todo, eu preciso me aliviar – falei cruzando as pernas para da mais ênfase.
- Você não vai sair desse quarto eu já disse.
- Ótimo, então vai ser você trazer um pinico e segurar esse vestido, e devo dizer Tânia, eu não sei se só to com vontade de fazer xixi – quando terminei de falar, ela só fez me lançar um olhar de nojo e torcer o nariz. Juro que tive que me segurar pra não cair na gargalhada com sua cara.
- Se você tentar alguma coisa, eu acabo com você – ameaçou antes de vim me desamarrar, tive que segurar o meu sorriso de vitória. Ela só desamarrou meus pés, mantendo minhas mãos presas.
Segurou meu braço e me levou pra fora do quarto. Lá fora tinha uma sala de estar, muito bonita, com um sofá bege e uma poltrona da mesma cor. Na frente do sofá, havia uma TV de plasma tão grande que parecia com aquelas de cinema. Percebi, enquanto andava pela sala, que Tânia não tinha me trazido pro um fim de mundo, mas para uma casa de praia, já que ao fundo eu conseguia ouvir o som de ondas se chocando no chão. Então se ela me trouxe para uma praia, só pode ser La Push, a não ser é claro, que ela tivesse saído de Forks, o que eu duvidava muito, já que suponho não ter ficado tanto tempo desacordada.
Tava tão imersa em meus pensamentos, que nem percebi quando Tânia me jogou para dentro, do que eu supus ser o banheiro.
- Pronto, faz – ordenou cruzando os braços.
- Amarrada e com você aqui? De jeito nenhum – neguei veemente, fazendo com que ela bufasse – Olha por que a gente não faz assim? Você me desamarra e tranca a porta por fora, assim você sabe que eu não vou fugir – propus.
- Se você tentar alguma coisa...
- O que poderia fazer? Eu não sei nem onde estou – a interrompi e quase pulei de alegria quando ela começou a desamarra minhas mãos.
- Vou ficar te esperando aqui fora – avisou e fechou a porta.
Eu não tinha muito tempo, por isso corri pra abrir a torneira, assim ela não escutaria quando eu estivesse falando. Rapidamente tirei o celular do meio dos meus seios e liguei pra única pessoa que poderia me ajudar nesse momento.
- Anda, atende seu idiota – sussurrei nervosa roendo a unha do dedão.
- Bella? – uma voz nervosa falou.
- Graças a Deus Edward – sussurrei aliviada.
- Onde você esta? Todos estão preocupados, te procurando.
- Não tenho tempo pra explicar, então só me ouça – falei rapidamente – A Tânia me seqüestrou, eu não sei onde estou, mas suspeito que seja em La Push, na casa de praia dela, ela não quer me deixar sair, então você vai ter que vim me pegar e rápido, pois daqui a pouco é o concurso.
- Fala sério que você ta preocupada com esse concurso?
- Não acredito que você só ouviu isso! – exclamei.
- Não, ta, eu já vou – mal ele acabou de falar, Tânia começou a bater na porta.
- Rápido Edward – sussurrei e desliguei o celular. Agora vinha a segunda parte do plano. Rasguei a calda do vestido até o meio da minha coxa, até porque se eu quisesse corre, era melhor eu ter espaço. Depois fui pra trás da porta e esperei em silencio, até que Tânia cansasse de ficar lá fora, o que não demoro muito.
- Vamos logo Bella... – falou batendo na porta, eu por minha vez, continuei em silencio – Isabella?... ISABELLA! – gritou destrancando a porta e entrou correndo no banheiro – Eu vou te pegar sua vadia!
- Eu digo o mesmo – falei saindo de trás da porta e lhe empurrando, fazendo com que ela caísse de joelhos no chão do banheiro. Sai correndo do bainheiro, fechando a porta logo em seguida e a trancando – Da próxima vez não seqüestre alguém mais inteligente que você Tânia – mal acabei de falar e já estava correndo para a porta da frente da casa, e qual foi a minha surpresa a descobrir que ela também estava trancada?
- Droga! – exclamei tentando abrir a porta, quando me lembrei de uma coisa – A janela do quarto.
Sai correndo pra lá. A janela era de vidro e também estava trancada, por isso tive que fazer uma coisa que eu só via em filme de ação. Peguei uma das cadeiras que lá tinha e joguei contra a janela, e que saber? A PORCARIA DA JANELA NÃO QUEBRO!
Promessa se eu sair livre daqui: entra na academia e ganhar músculos!
Peguei outra cadeira e em vez de jogá-la contra a janela, a segurei bem e corri com tudo na direção da janela, fazendo finalmente ela quebrar. Tirei alguns cacos de vidro de lá e pulei a janela, mas como a garota aqui é meio pateta, não reparei na altura em que a janela estava, o que me fez quase torce o pé quando cai no chão.
Não tinha muito tempo pra reclamar, então só dei um gritinho de dor e voltei a corre, dessa vez pra longe daquela maldita casa.
Como era inverno em Forks (não que algum dia não seja inverno) o tempo estava bem frio, conseqüentemente não tinha ninguém na praia, então o jeito foi sair correndo pedindo ajuda.
Como eu tinha passado o dia inteiro naquele quarto e Tânia não ter me dado nada pra comer, eu estava fraca, bem fraca por sinal, pois meus gritos não eram tão altos quanto eu queria.
Estava quase não agüentando mais corre, minha cabeça estava abaixada, me concentrando em meus pés, quando de repente meu corpo se choca com alguma coisa.
- Finalmente – sussurrei quando olhei pra cima, depois tudo que eu vi foi a escuridão.
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Sentia um cheiro forte de álcool e alguma coisa ser passada perto do meu nariz, fazendo com que eu espirrasse.
- Graças a Deus! Bella! – ouvi a voz desesperada de minha mãe a longe. Abri meus olhos lentamente, tentando me acostumar com a escuridão repentina que lá se encontrava.
- Bella? – dessa vez quem falou foi Carlisle... Peraí! CARLISLE? O susto de saber que ele estava ali foi tão grande, que me fez sentar rapidinho, na verdade rápido de mais, já que logo a minha cabeça começou a girar, fazendo com que eu gemesse.
- Filha você ta bem? – perguntou Renné preocupada – Alice chama o médico.
- Eu to bem mãe – falei quando a cabeça parou de girar. Foi ai que me concentrei no que estava acontecendo ao meu redor. As luzes da viatura de Charlie piscavam mais do que pisca-pisca, percebi que ao lado da viatura havia uma ambulância, o que explicou eu está sentada em uma maca. Ao meu lado, encontravam-se Renné, Carlisle e ele. Quando meus olhos pousaram em Edward, eu não sabia se sentia alivio ou raiva. Alivio por finalmente ele ter chegado, e raiva porque era culpa dele eu está aqui.
- Ah você acordou – falou o que eu supus ser o médico que Alice foi buscar. Ele parou na minha frente, e pegou aquela lanterninha e jogou a luz nos meus olhos, pedindo para eu olhar pro seu dedo – É parece que os sinais vistais estão bem.
- Eu to legal ok? – falei para acalmar a todos, principalmente minha mãe – Eu desmaiei por não ter comido nada ainda.
- Ela não te deu nada pra comer? – perguntou Edward com raiva.
- Tânia não é a pessoa mais caridosa do mundo – falei rindo um pouco – Alias o que aconteceu com ela?
 - Está ali, com os pais dela conversando com Charlie – falou Alice apontando pra frente daquela maldita casa. Tânia estava sentando em um dos degraus da escada da frente da casa, com os braços pra trás, algemados.
- Perai! Vocês vão prendê-la? – perguntei assustada.
- É, afinal ela maior de idade, já responde pelos seus atos – falou minha mãe.
- Mas prende-la? Sério?
- Qual é o problema? Você não quer vê-la presa? – foi a vez de Alice pergunta.
- Não é isso, mas é que... Cadeia é um pouco demais não acham?
- Por que você acha isso? – perguntou Edward.
- Tânia está com o coração partido... – comecei – Não me levem a mal, é legal saber que ela ta sofrendo e coisa e tal, mas ela não está em seu juízo perfeito... Ela está com essa idéia na cabeça de que eu roubei o Edward dela... Levá-la pra cadeia agora não vai adiantar de nada, só vai fazê-la ficar com mais raiva de mim. 
- Não acredito que depois de tudo que ela te fez, você vai defende-la – falou Alice parecendo brava.
- Eu não estou defendendo-a, só... Cadeia não ok? – falei séria, olhando pra todos – Agora vão lá, e falem pro Charlie que eu não vou prestar queixa.
- Mas Bella...
- Vão! – ordenei dessa vez. Renné suspirou e foi falar com Charlie, ela foi seguida de Carlisle. Ficaram só Alice e Edward me encarando como se eu fosse um ET – Não me olhem assim – falei levantando da maca e indo em direção a viatura de Charlie.
- Não te olhar assim? – falou Alice – Bella você é maluca? Imagina se a Tânia vem atrás de você de novo?
- Ela não vai vim – garanti – A Tânia só está passando por uma faze Alice, ela tem a vida toda pela frente, acha mesmo que eu acabaria com essa vida, colocando-a na cadeia?
- Atá, e desde quando você começou a ajudar os outros?
- Desde que eu passei um dia todo trancada em um quarto – falei abrindo a porta do carro de Charlie.
- Aonde você vai? – falou Edward.
- Pra onde mais eu iria?... Pra aquela concurso idiota né? – falei entrando no carro e fechando a porta.
- Eu não acredito que você ainda vai nisso! – exclamou apoiado no carro.
- Mas acredite, pois eu vou! – falei ligando o carro.
- Mas assim Bella? – perguntou Alice olhando sofrida pra minha roupa. Merda! Minha roupa! Eu ainda estava com aquele mesmo vestido do baile, só que dessa vez rasgado, mas bem, se eu quisesse mesmo sair dessa cidade, teria que ir assim.
- É o único jeito – falei me preparando pra ir – Iai?
- O que? – perguntaram os dois patetas juntos.
- Você vão ficar ai me olhando como dois idiotas ou vão entrar no carro?
Alice me deu um sorriso e entrou no lado do passageiro, já Edward pareceu pensar um pouco antes de entrar no banco de trás. Dei um sorrisinho pra ele antes sai chutada com o carro. Lá no fundo, abaixo do barulho do, eu conseguia ouvir os gritos histéricos de minha mãe, o que me fez soltar uma bela gargalhada.
Eu não tinha muito tempo, o concurso começava as 7:00 horas, e pelo que eu pude ver pelo painel do carro, já eram quase oito horas, por isso pisei com tudo no acelerado do carro e liguei a sirene, fazendo com que todos os carros da minha frente se afastassem rapidinho.
- Eu já disse que amo carro de policia – falei rindo. Os outros só me olhavam assustada.
Com o carro de policia e em alta velocidade, fiz um trajeto de meia hora, em quinze minutos. No lado de fora do museu já dava para ouvir os gritos da galera e foi com esses gritos que eu caí na real. Merda! Eu vou me apresentar na frente de toda essa gente... Eu não vou conseguir! E foi assim que aquele maldito ataque de pânico voltou.
- Bella você não vem? – perguntou Edward do lado de fora do carro. Estava tão imersa em meus pensamentos que nem percebi que eles já tinham saído.
- Eu não consigo – falei respirando rápido.
- Como é que é? – perguntou Alice abrindo a porta do carro.
- Eu não consigo – repeti.
- Ah mais não mesmo – ela falou me puxando para fora do carro – Você sabe o quanto eu dei duro pra você entrar nessa show?
- Mas eu não consigo Alice.
- É claro que consegui, você cantou antes não cantou?
- Mas eram só cinco pessoas.
- Idai? Bella olha pra mim – falou segundo meus ombros – Moramos em Forks ok? Lá dentro não tem mais do que dois mil pessoas, isso se chegar a dois mil, o que eu acho muito difícil.
- Alice não dá! Imagina se eu travar lá na frente? – falei nervosa.
- Bella... – falou Edward substituindo o lugar da Alice na minha frente e me olhando diretamente nos olhos – Você é uma cantora incrível! Me surpreendi você ter decidido ser médica. Você é maravilhosa, é só esquecer que tem gente te olhando, você vai ver, vai dá tudo certo.
Deus! Só podia ter alguma coisa nesse olhar dele, como ele conseguia me fazer tremer só me olhando. Enquanto eu olhava em seus olhos, todo o medo que antes eu tinha de subir no palco evaporava.
- Bella você não tem muito tempo, já estão na ultima musica – falou Alice com o telefone na mão.
- Bella? – falou Edward.
- Eu consigo – falei afirmando com a cabeça, ele por sua vez só fez sorri lindamente.
- Ótimo, então vamos – falou Alice me puxando pela mão para trás do museu.
Quando entramos na parte do camarim, o que se via era gente correndo de um lado pro outro. Como já estava no final do show, quase todo mundo já tinha se apresentado, então todos os músicos que lá estavam, só faziam comemorar, o que não ajudou em nada em meu nervosismo.
- Onde você estava? – falou Jacob aparecendo de repente atrás de mim – Você já é a próxima – pegou meu braço e me levou pro lado do palco. Ele falava alguma coisa no microfone que estava em sua cabeça – Toma coloca isso – falou me estendendo uma caixinha de som.
- Aonde? – perguntei, já que estava de vestido.
- Por que você veio assim? – perguntou finalmente me olhando direito.
- Tinha sido seqüestrada – falei dando de ombros.
- O que?
- Jack o que você ta fazendo? Cada a Isa... – perguntou Rowan, mais foi parando quando seus olhos bateram em mim – O que aconteceu com você?
- Ah eu...
- Não importa – me interrompeu – Não temos muito tempo, Tina! – gritou para uma garota que estava com uma prancheta na mão – Leve Isabella para algum camarim, e troque a roupa dela rápido, ela entra em três minutos.
Mal acabou de falar e a tal de Tina já estava me puxando. Eu não sabia por onde estava Alice e Edward, mais supus que tivessem os expulsado do camarim, já que lá só tinha os músicos e a produção.
Tina não falou nada, só me jogou dentro de uma sala e me deu uma calça jeans justa, camiseta e um All Star. Me vesti rapidamente, quase caindo não hora de colocar o tênis. Mal acabei de me verti, ela já me jogou em uma cadeira e começou a me maquiar rapidamente. Juro que essa foi a transformação mais rápida que eu já vi na minha vida. Em um minuto eu parecia uma bêbada, que tinha acabado de sair de uma festa, em outro eu parecia uma garota pronta pra balada.
Quando eu já estava pronta, ela me puxou de novo pelo braço ( o garota pra gostar de me puxar) e me levou pro lado do palco. Começou a colocar um monte de coisa em mim, e uma dessas coisas era o violão, que ela passou a alça dele pelo meu pescoço. Lá de dentro ouvi o grito da galera, quando Jack subiu no palco e começou a falar. Ai meu pai era agora.
- Você viu meus amigos? – falei pela primeira vez com Tina.
- Devem estar no meio da platéia – falou pra mim e depois no microfone – Ela ta pronta.
- O que? Oh não, não eu não to pronta... – comecei a falar desesperada, mas parecia que ela não me ouvia – Eu preciso dos meus amigos, você poderia chamá-los.
- É agora que você entra – falou me empurrando, e mesmo eu falando não ela não parava, quando vi ela me deu um empurrão, e eu parei no meio do palco, com um monte de gente me olhando. Eu virei de frente pra eles e fiquei estática.
Não conseguiria. Era impossível eu conseguir, afinal era de meus sentimentos que estávamos falando. Praticamente minha vida colocada um uma musica, e sinceramente, eu não sei se estava pronta pra deixar os outros saberem dessa minha vida.
Todas as pessoas me encaravam, sem transmitir nenhum som, esperando que eu começasse a cantar.
Abaixei a cabeça, com o peso do fracasso em minhas costas. Eu queria tanto ser capaz de fazer isso, cantar pra todos, deixar que eles vissem quem eu era de verdade... Mas eu não conseguia. Não agora, quando todos os meus sentimentos estavam confusos, não quando meu coração ainda estava tão machucado. E foi no meio desse turbilhão de pensamentos, que eu escutei alguém assobiar no meio da platéia.
Edward estava lá, na primeira fileira, me olhando sorrindo. A única coisa que eu conseguia pensar era que ele ainda estava aqui, me dando força. Ele levantou a mão direita e colocou na frente dos olhos, os tapando, e ai eu entendi o que ele quis dizer...
“Você é uma cantora incrível! Me surpreendi você ter decidido ser médica. Você é maravilhosa, é só esquecer que tem gente te olhando, você vai ver, vai dá tudo certo...”
Eu sorri com essa lembrança e levantei a cabeça, me dirigindo a frente do palco, onde microfone se encontrava.
- É... Oi... – falei timidamente no microfone – Humm... Eu fiz essa música, quando eu estava com raiva de uma certa pessoa... Eu não sei, se ele vai saber que a musica é pra ele, mas... – abaixei a cabeça, tomando coragem pra continuar. Eu consigo! Falei mentalmente pra mim mesma e levantei a cabeça, sorrindo e encarando as outras pessoas – Bom, espero que gostem – essa musica é pra você Edward, falei em meus pensamentos e comecei a tocar os primeiro acordes.
...*... Link Alternativo ...*...
Left your t-shirt in my room, still smells of you
And the picture you hung on the door lay smashed, picture perfect.
Explains now, clearly nothing left but a memory
We only made out you never kissed me that’s how I learned to hold back all feeling

Eu cantava de olhos fechadas, me deixando levar pela musica que eu tinha composto, a musica que mostrava um pequeno pedaço da minha alma, mostrava um pouco de como eu me sentia.

Wait, please don’t go, I won’t stay. All these words on replay. I’m ok, Its alright, good to know that your fine.

Pretending everything is right, to make it better.
I’ll hide my make up smeared eyes, to show that I tried.

Enquanto eu cantava, imagens de mim e de Edward juntos vinham em minha mente... O nosso quase primeiro beijo, a sua proposta absurda, os seus lábios macios tocando os meus pela primeira vez, suas mão quentes tocando minha pele delicadamente, como se eu fosse a porcelana mais cara do mundo e finalmente as nossas brigas...

Some how you have managed to get under my skin, more than anyone ever did.
And if every wound makes a scar and every scar marks its place then I will never live freely without your trace.
And it’ll never be fair, I wrote my songs for you and you never even cared.
So Ill forget you, I’ll wash your t-shirt, kill the pillow and cut you out of pictures.

Na maioria discussões sem fundamento, brigas em que na maioria das vezes acabava com nós dois nos beijando. Seu ciúme absurdo... O meu ciúme absurdo. Suas palavras que eu tanto acreditei, mas quando eu virava as costas, percebia que eram só mais algumas mentiras...

Wait, please don’t go, I won’t stay. All these words on replay. I’m ok, Its alright, good to know that your fine.

Pretending everything is right, to make it better. I’ll hide my make up smeared eyes...

This drama sat shotgun
My eyes rained like autumn
Only the glove box knows how the story goes
Now that this bandage is broken
And the cuts left in open
I’ll tell you just one thing
This wasn’t worth the Sting

Só quando eu vi o barulho da galera, batendo palmas e gritando, é que fui perceber que eu tinha acabado a música, e foi só ai que eu abri os olhos e os encarei. Não o publico, mas meus amigos e familiares que só agora eu fui perceber que estavam lá. Mas eu não conseguia dá atenção a nenhum deles, só pra ele. Eu torcia muito que Edward tivesse entendido o recado, tivesse percebido que a música era pra ele.

Edward só sabia sorri pra mim, um sorriso tão lindo que nem nos meus melhores sonhos, poderia imaginar. Aquele era o sorriso de uma pessoa orgulhosa... Era o sorriso do meu Edward.

Passado toda a adrenalina de ter conseguido cantar, dei um simples obrigada e sai correndo pro camarim. Lá dentro todos me aplaudiram, o que me fez ficar mais vermelha do que antes. Os braços quentes de Jacob foram a primeira coisa que eu senti assim que pisei lá dentro.

- Você foi incrível Bella – ele falou sorrindo.

- Obrigada Jacob, mas você sabe que eu não teria conseguido sem você – falei lhe dando um beijo no rosto – Obrigada.

Ele me deu um sorriso tímido antes de corre pro palco. Logo em seguida vi Alice vim gritando me abraçar. Ela falava e gritava ao mesmo tempo que eu nem conseguia entender o que ela estava falando. Logo depois foi a vez de minha mãe gritar e me abraça.

- Você está tão linda minha filha – ela falou chorando e ao mesmo tempo sorrindo.

- Obrigada mãe – respondi sorrindo e olhando pra trás, onde Edward se encontrava de cabeça, com as mãos no bolso da calça jeans.

- Você foi muito bem – falou baixinho, muito diferente de como Edward aje normalmente – Parabéns.

- Valeu – falei também abaixando a cabeça. Idiota, o que você queria que ele dissesse?  É, parece que Edward não percebeu que a música era pra ele.

- Bella, Bella estão te chamando, você foi uma das finalistas – falou Alice me empurrando de volta pro palco.

Lá encontravam-se os outros dois finalistas. Não reparei muito neles, mas pude sentir uma certa hostilidade vinda de duas garotas que estavam ao meu lado e me olhavam torto. Eu hein!

Todos os três organizadores (Jacob, Rowan e Mark) vieram para a frente do palco e começaram a falar coisas que eu resolvi ignorar, eu só queria saber se tinha ganhado e ponto final. Quem falou o vencedor do terceiro lugar foi Rowan, e foi para um grupo de garotos que pela roupa, pude perceber serem roqueiros, quando ele falou nome da bando, todo o publico aplaudiu. Ri com a palhaçada que um dos integrantes do grupo fez.

Depois foi a vez de Mark falar, ele falou aquelas coisas de sempre, que todos foram bem e blábláblá. Foi quando ele falou quem era o segundo ganhador que meu coração parou. Eu não conseguia escutar nada, sabia que havia gritos de todos os lados, mas eu nada escutava. As duas garotas metidas do meu lado começaram a pular se abraçando e comemorando. E eu continuava lá, paradona.

- Eu sinto muito Bella – falou Alice aparecendo de repente no meu lado e me abraçando. Foi quando ela falou que eu consegui descongelar.

- Sente muito pelo o que Alice? – perguntei sorrindo – EU CONSEGUI! EU VOU PRA LONDRES! – gritei e lhe abracei.

Tinha ficado em segundo lugar, mas quer saber? To nem ai! Eu tinha conseguido, tinha cantado em publico e de quebra, ainda levava uma boa quantia pra casa. Cara! Eu vou pra Londres!

Depois de abraçar Alice, fui repassada de abraço em abraço. Todos os meus amigos e familiares me desejando parabéns. Depois de ser parabenizada por eles, foi a vez dos organizadores, pessoas que eu com certeza sempre seria grata.

- Parabéns Isabella – falou Rowan me abraçando. Ele tinha uma mania incrível de sempre me chamar de Isabella, mesmo que eu pedisse que não, na opinião dele, Isabella era mais sexy.

- Obrigada Rowan.

- Você tem sorte de eu gostar de você menina – falou Mark me abraçando também, eu só fiz rir de seu comentário. Passando aquela primeira impressão dele, vi o quanto Mark era legal, era tipo um tio sério, mas que sabe fazer piada no momento certo.

- Sinto você não ter ganhado o primeiro lugar – falou Jacob me abraçando.

- Ah você sabe que eu não queria o primeiro lugar mesmo.

- Então você ainda vai pra Londres? – perguntou com um brilho no olhar diferente.

- Esse é o plano.

- Então logo nos encontraremos né?

- Como? – perguntei não lhe entendendo.

- Alice não...

- Bella! – gritou a própria tampinha aparecendo atrás de mim – A gente já ta inda pra casa, você não vem?

- Claro – falei e me virei para Jacob novamente – Valeu por tudo de verdade.

- Não por isso.

- Bom tchau! – falei lhe dando outro abraço.

Já estava pra sair, quando Jacob me chama de novo.

- Não está esquecendo de nada?

- O que? – perguntei confusa, ele só fez levantar um papelzinho, o qual eu logo reconheci.

- O seu cheque.

- Eu já tinha até me esquecido – falei rindo e pegando. Quando olhei o valor arregalei os olhos – Nossa!

- Espero que te ajude.

- Você não sabe o quanto vai me ajudar – falei, e ouvi de novo Alice me chamando – Já vai Alice! – gritei e me virei para Jacob – Valeu de novo, mas agora eu realmente eu tenho que ir.

- Claro, a gente se vê depois.

Sai de lá sem entender esse depois, afinal pelo que eu sabia, ele ia embora hoje. Quando entrei no carro, todos já me esperavam impacientes. Charlie já tinha ido com minha mãe e Emmett e Rose já tinha indo no carro dele. Dentro do carro de Edward estavam eu, o próprio Edward, Alice e Jasper.

- Toma – falou Edward me estendendo um saquinho branco.

- O que é?

- Você disse que não tinha comida nada né? – falou e quando eu abri o pacote vi que se tratava de um hambúrguer, Milk shake e batata frita. Só de olhar minha barriga ronco e minha boca salivou.

- Graças a Deus – exclamei tirando o hambúrguer do pacote e dando uma bela mordida. Gemi quando senti o sabor da carne na minha boca. Nunca comi tão rápido na minha vida, mal mastigava direito. Logo que acabei com o hambúrguer, fui para a batata frita e Milk shake. Abri a tampa do porte de Milk shake e melei a batata nele.

- Credo Bella – reclamou Alice me vendo comer.

- Ah nem vem, tudo vai pro mesmo lugar – falei de boca cheia.

Quando chegamos na minha casa eu já tinha comido tudo. Finalmente estava de barriga cheia. Desci e fui correndo pra dentro de casa, sem ligar se Charlie e Renée já tinha chegado, afinal eu tinha passado o DIA TODO sem tomar banho, não sei se a galera percebeu, mas espero realmente não está fedendo.

Mal entrei no quarto e já estava tirando a roupa, teria que achar um jeito de mandar essa roupa de volta pra produção. Quase pulei de alegria quando senti a água morna se choca contra minha pele. Era tão bom finalmente está em casa. Depois desse dia maluco, tudo o que eu mais precisava era de um bom banho e cama.

Lavei todo o meu corpo lentamente, queria ficar o máximo de tempo em baixo daquela água. Depois de esta devidamente limpa e com os dentes escovados, sai do banheiro, e qual a minha surpresa em encontrar Alice sentada em minha cama.

- O que foi? – perguntei depois de um tempo em que ela ficou me encarando.

- Eu quero saber por que você fez aquilo pela Tânia.

- Ah Alice ainda isso! – reclamei enquanto me vestia.

- Sim, ainda... Bella realmente ainda não entendo por que você fez isso por ela – falou cruzando os braços.

- Eu sei o que é ter um coração partido Alice – falei sem olhá-la – E sei também que se quisesse, faria qualquer coisa para tirar essa dor do coração.

Depois disso ela ficou em silêncio. Sei que muitos diriam que o que eu fiz foi uma estupidez, que depois do que a Tânia me fez o que eu mais deveria fazer é acabar com ela mesmo, mas passado toda aquela raiva e estresse por ela ter me seqüestrado, percebi que ela não era tão má quanto parecia, só era meio louca e que em vez de cadeia, o que ela realmente precisava era ajuda, ajuda que eu esperava que os pais dela a dessem.

- Apesar de não concorda com o que você fez... – começou Alice, colocando a um braço em cima do meu ombro – Fico orgulhosa de você.

- Valeu Alice – falei lha abraçando – Não só pro isso, mas por tudo, você tem sido uma grande amiga – ela não disse nada, só fez rir.

Ela esperou que eu terminasse de trocar de roupa e depois descemos. Lá em baixo todos nos esperavam, já servidos com uma taça de champanhe, idéia de minha mãe provavelmente. Todos brindamos e Alice colocou uma música para animar a “festa”. Apesar de está feliz por ter ganhado, não estava em clima de comemoração, na verdade me sentia meio cansada, acho que por causa de todo o estresse de hoje. Por isso deixei os outros se divertindo e me dirigir à varanda de casa e fiquei olhando pro jardim.

- Pra quem ganhou você não parece muito animada – falou Carlisle aparecendo ao meu lado, eu nada respondi, só continuei olhando pra frente – Vai me ignorar?

- Não foi o que você fez comigo todos esses anos? – rebati.

- Certo, eu merecia essa – falou – Olha eu sei que você não gosta de mim, que possivelmente você me odeia, mas eu não gostaria que ficássemos assim.

- Assim como?

- Nesse clima ruim – eu ri debochada quando ele acabou de falar – Por que não fazemos assim? Eu sei que ainda falta muito pra você me considerar como seu pai, talvez um dia você jamais me considere, mas eu acho que poderíamos ser amigos.

- Amigos? – debochei.

- Ok, colegas... Acho que no mínimo poderíamos ser colegas que se tratam bem, entende? A gente não precisa brigar toda vez que nos vemos Bella, eu não quero brigar com você... E ai, como o tempo talvez, você consiga me ver como seu pai.

- Só colegas?

- Só colegas.

Fiquei olhando pra ele por um tempo, pensando. Eu realmente estava cansada de brigar, mas não sabia se seria capaz de tratá-lo como meu pai... Talvez com o tempo, como ele disse.

- Ok – sussurrei abaixando a cabeça.

- Você acha que poderíamos ser colegas que se abraçam? – perguntou em duvida. Bom, se hoje eu tava pra ser boazinha, que fosse completo.

- Claro – falei e fui lhe abraçar, para ser mais exata ele me abraçou, eu só coloquei meus braços ao seu redor. Ainda não estava preparada para fazer mais do que isso.

- Eu acho que vou pegar mais champanhe – falou corando e saindo. Ri baixinho, torcendo pra que eu não me arrependesse de ter feito isso.

- Atrapalho? – falou Edward depois que eu fiquei um tempo sozinha, eu só neguei com a cabeça. Ficamos um tempo em silêncio, só olhando o jardim – Foi legal o que você fez pela Tânia.

- Todos merecem uma segunda chance.

- É eu percebi – falou apontando pra Carlisle, que estava dançando com Esme.

- Com ele é mais um teste do que uma segunda chance – expliquei.

- Ah... – foi só o que ele disse, depois ficamos em silêncio de novo. Eu não sei por que estávamos assim, tão vergonhosos um com outro. Talvez fosse mais de que não nascemos para ficar juntos – A música que você cantou era linda.

- Obrigada – respondi corando.

- Quando você viaja mesmo?

- Daqui uma semana.

- Uma semana?! – perguntou surpreso.

- É! Eu tinha pensado em ir depois do natal, mas... Eu vou para um país diferente né? Eu preciso organizar as coisas lá – ele nada respondeu, só ficou me encarando – O que foi?

- É... Você tem certeza de é isso que você quer? – perguntou.

- Claro Edward – falei, tentando parecer o mais segura possível – É o que eu sempre quis, não é?

- É, o que você sempre quis – falou abaixando a cabeça – Humm eu tenho que ir.

- O que?

- Depois agente se vê – falou já se dirigindo para fora da varanda, mas voltou e me deu um beijo na testa – Você foi incrível hoje – disse e saiu, me deixando confusa e com o coração descompensado.

Deus, por que eu o amava tanto?

#Uma Semana Depois...

...*... Link Alternativo ...*...


Suspirei assim que fechei a ultima mala. Depois de dois dias, finalmente tinha conseguido arrumar tudo. Meu vôo saia em uma hora e eu já estava atrasada pra sair. Mas mesmo atrasada, não conseguia sair do meu quarto, o quarto em que eu passei uns dos momentos mais incríveis e tristes da minha vida. O quarto onde Edward me tocou pela primeira vez, onde eu descobrir que o amava, onde eu tantas vezes chorei, e hoje eu estava deixando tudo isso pra trás. Sabe quando você sente que tudo vai acabar e vem aquele sentimento de nostalgia? Bom era assim que eu me sentia. E não só nostálgica, mas indecisa também, não sabia dizer se minha decisão de ir para Londres era certa agora. E não era porque eu ficaria sozinha lá, mas também porque ficaria longe das pessoas que eu amo... Renné, Charlie, Alice, Esme, Edward e até mesmo Carlisle. Meus amigos e familiares que mesmo de uma forma diferente sempre estiveram comigo. E agora eu os deixaria.

- Filha? – chamou minha mãe batendo na porta – Estamos prontos – avisou, eu só fiz afirmar com a cabeça. Percebi que seus olhos estavam vermelhos, provavelmente ela tinha chorado de novo. Desde que eu disse que queria viajar antes do dia combinado, ela anda pela casa com a cabeça abaixada e com os olhos vermelhos. Me sentia triste por deixá-la sozinha, mas eu sabia que Charlie cuidaria dela – Eu vou te esperar lá em baixo – falou e saiu.

Dei uma ultima olhada no meu quarto, conferindo se tudo estava certo. Fui no banheiro conferir se não tinha esquecido nada, quando meus olhos pousaram no espelho. Eu não parecia nada com a garota que tinha vindo de New York para uma cidade pequena, tentando superar o passado. Meus olhos que antes tinham um brilho, uma excitação, agora encontravam-se abatidos, o brilho que antes tinha, desapareceu completamente.

- Chega Isabella – falei jogando água em meu rosto – Você decidiu que queria ir pra Londres e você vai, e vai ser diferente. Você vai ser uma nova mulher, uma Isabella totalmente diferente – levantei a cabeça e tentei sorri pro meu reflexo no espelho – É isso ai.

Peguei minha mala e sai do quarto, mas antes tirei o colar que Edward havia me dado de aniversário. Se eu queria ser diferente, eu não poderia levar nada dele, já bastava o meu amor pro ele. Por isso coloquei o colar em cima da cama e sai sem olhar pra trás.

O caminho até o aeroporto foi silencioso, bom silencioso entre aspas, já que Renné em nenhum momento parou de chorar, o que me dava um aperto no coração, já que essa seria a primeira vez que eu a deixaria por um longo período de tempo.

Quando chegamos ao aeroporto, Alice, Jasper, Jared, Esme e Carlisle já estavam lá. Meu coração gemeu ao perceber que ele não estava lá, mas acho que era melhor assim, pelo menos pra mim seria mais fácil. Os cumprimentei e fui fazer aquelas coisas chatas que você tem que fazer antes de embarca. Depois de tudo pronto, voltei a ficar com eles e esperei a até que chamassem meu vôo.

#Pov Edward

...*... Link Alternativo ...*...


Nunca me imaginei apaixonado por alguém. Pensei que amasse Tânia, mas era só fogo de adolescente, mas aí eu a conheci.

Isabella mudou drasticamente desde seus setes anos de idade e foi surpreendente para mim vê-la tão madura tão rapidamente. Talvez isso fosse uma das coisas que me fez me apaixonar por ela. A sua maturidade, seu altruísmo, e muitas outras qualidades suas. E era por amá-la que eu não conseguia ir até aquele aeroporto. Não conseguia da adeus a única garota que um dia eu amei de verdade.

Muitos podem me chamar de idiota por não ter contado a ela sobre a chantagem da Tânia, ela mesma me chamaria de idiota se um dia soubesse. Mas eu não poderia mexer com os seus sentimentos desse jeito. Fazê-la escolher entre seu sonho e eu. Ela sempre quis ir pra Londres, e eu não poderia convencê-la do contrario.

Nesse exato momento eu estava em minha cama, deitado. A cama que – mesmo que poucas vezes – eu a possui. A cama que eu a toquei pela primeira vez livremente.

E pensando nisso eu voltei para a noite da nossa primeira vez. Lembrei do seu corpo quente e pequeno abaixo do meu, seus gemidos roucos, seu rosto corado e principalmente seu sorriso satisfeito. Eu poderia ficar sem a Bella, mas pelo menos eu teria as lembranças dos nossos momentos juntos.

Estava tão imerso nos meus pensamentos, que quase cai da cama quando a porta do quarto foi aberta com força.

- O que você faz aqui? – perguntou Ângela entrando no meu quarto.

- Eu que pergunto – falei me levantando da cama – Como você entrou?

- Alice me mandou vim – explicou, foi ai que eu entendi tudo.

- Ah entendi – suspirei – Olha não adianta você dizer nada ok? Eu não vou pro aeroporto.

- Você é maluco Edward? Você tem que ir lá e impedir a Bella de viajar.

- Ângela eu não vou fazer isso, se você não percebeu é do sonho da Bella que estamos falando.

- É, mas ela largaria tudo isso por você seu idiota – falou e parou na minha frente com raiva – A culpa disso tudo é sua, quem mandou fazê-la se apaixonar por você?

- Ângela...

- Nada de Ângela, você vai agora atrás da Bella e vai impedi-la de viajar – falou segurando meu colarinho.

- E se ela não quiser vim?

- É claro que ela vai querer vim, seu imbecil. Ela te ama – terminou sorrindo docemente. Fiquei um tempo olhando-a, tentando decidir se aquilo era certo ou não, até que por fim, deixei meu coração falar mais alto.

- Eu vou atrás dela.

#Pov Bella

Chamada para o vôo 174...

- É o meu – falei nervosa vendo se todas as coisas estavam em ordem, como o passaporte pro exemplo.

- Ai minha menina – falou minha mãe chorando e me puxando para um abraço – Eu não acredito que você vai me deixar.

- Que isso mãe – falei rindo, mas segurando uma vontade de chorar também – Vou senti sua falta.

- Oh eu também meu amor, eu também – falou me soltando e me dando um beijo no rosto. Eu lhe mandei um sorriso e fui falar com Charlie.

- Como é que eu vou agüentar a sua mãe agora sem você – brincou me fazendo rir e minha mãe bufar.

- Você sempre agüentou – falei lhe abraçando – Cuida dela ok?

- Sempre cuidei.

- Ai o que eu vou fazer sem você Bella? – choramingou Alice me abraçando.

- O que você sempre fez – falei rindo – Cuida bem do meu carro, ta? – como eu não poderia levá-lo, Alice que ficou encarregada dele.

- É claro né Bella?... Toma cuidado ta? E, por favor, nunca se esqueça de mim e nem vá arranjar outra melhor amiga por lá.

- Eu jamais faria isso Alice – falei rindo e me virei para Jasper – E você Sr. Jasper, cuide bem dá Alice viu? Se não você vai ta ferrado na minha mão.

- Claro Bella – falou rindo e ma abraçando – Boa sorte lá.

- Valeu – respondi e depois fui falar com Jared – Você sabe que não precisava ter vindo.

- É, eu sei, mas não poderia deixar você ir sem me despedir... De novo – completou sorrindo triste. Jared havia mudado muito desde o começo do ano, e eu me sentia meio que orgulhosa de saber, que essa mudança em parte era por minha causa – Será que eu posso te abraçar, ou...

- Claro né Jared? – falei rindo e lhe abraçando.

- Toma cuidado, ok?

- Sempre tomo – falei e fui me despedir de Esme, depois só sobrou Carlisle, o que foi mais constrangedor.

- Espero que dei tudo certo.

- Eu também.

- Bom, boa viagem – falou me estendo sua mão direita, o que me fez rir. A peguei e respondi...

- Obrigada.

Ultima chamada para o vôo 174...

Falou a voz daquela mulher insuportável. E de repente eu me virei para entrada do aeroporto, esperando uma coisa que eu não sabia o que.

#Pov Edward

...*... Link Alternativo ...*...
Nunca corri tanto na minha vida quanto hoje. Meu carro já passava de 100 k/h, provavelmente se tivesse policial na rua, eu já tava cheio de multa. Mas eu não me importava com isso agora, o que eu queria realmente era chegar ao aeroporto o mais rápido possível.

Nunca fui de rezar, na verdade nem acreditava muito em Deus, mas hoje eu rezei como nunca rezei em toda minha vida. Pedi pra ele me ajudar a ter a Bella de volta, pra que eu chegasse a tempo.

O aeroporto ficava em Port Langeles, o que era mais um adversário meu, já que lá era muito maior que Forks, e consequentemente tinha mais carros, e esses carros pareciam está todos na rua há essa hora, pois eu nunca vi tanto carro junto. Eu apertava tanto a buzina que era capaz de esta quebrando-a.

- Por favor, que eu chegue a tempo.

#Pov Bella

- Eles já vão fechar as portas Bella – avisou Alice.

- Eu sei – falei nervosa, não tirando os olhos da entrada do aeroporto.

- Ele não virá Bella – falou Alice tristemente. Eu nada respondi, só abaixei a cabeça, tentando segurar as lágrimas que a todo custo queriam rolar pelo meu rosto.

O que eu estava pensando? Que ele viria atrás de mim? Como eu era idiota. Ele jamais faria isso, mas eu queria tanto que ele ao menos tivesse vindo se despedir... Mas nem isso ele fez.

#Pov Edward

Deixei o carro de qualquer jeito na frente do aeroporto e entrei correndo lá pra dentro. Por onde eu passava as pessoas me olhavam estranho, mas eu nem me importei, o que eu mais me importava era achar Bella. No painel de embarque não falava nada, então eu tive que ir falar com um dos atendentes.

- O vôo pra Londres? Já partiu? – perguntei desesperado. Ele pediu para eu esperar um pouco e começou a mexer no computador.

- O vôo está partindo agora – falou apontando pro lado direito, onde havia uma parede de vidro que nos permitia ver os aviões. Meu coração quase parou quando eu vi o avião levantando vôo. Minhas pernas tremeram e eu tive que me segurar para não desabar no chão.

- Não – sussurrei e deixei uma lágrima rolar pelo meu rosto.

#Pov Bella

...*... Link Alternativo ...*...


Eu tentava a todo custo segurar as lágrimas, mas não conseguia. Eu olhava através da janela, vendo o avião levantar vôo.

No final ele não veio. E eu esperei, até o ultimo minuto, mas ele não apareceu. Sentia que meu coração estava partido. Ele doía tanto que chegava a me dá faltar de ar.

A imagem dele vinha em minha mente a todo o momento. A imagem de seus olhos verdes penetrantes, de seu sorriso torto que me tirava o fôlego e de sua risada gostosa...

- A senhorita está bem? – perguntou a aeromoça me olhando assustada, só ai que fui perceber que deveria esta fazendo um papelão, já que algumas pessoas me olhavam.

- To – respondi baixinho, fungando – Você poderia me trazer uma água?

- Claro – respondeu sorrindo.

Olhei de novo pra janela, vendo as nuvens passarem. Eu torcia para que eu cumprisse a minha promessa de ser diferente, pois eu não sei o quanto mais eu aguentaria essa dor.

A dor de perder quem se ama...

A dor de perder ele...

#Pov Edward

...*... Link Alternativo ...*...
Nesse momento eu estava sentado em uma das cadeiras do aeroporto chorando. Eu já tinha perguntou se havia outro vôo, mas eles me informaram que com a chegada do natal, os vôos estavam indo lotados, o que era a mesma coisa que dizer que eu não conseguiria.
Não acreditava que não tinha conseguido. E pior era saber que a culpa era toda minha. Eu fui um idiota, devia ter contado a verdade pra ela desde o começo, mas não, e agora eu estava aqui, sentando sozinho e chorando.
- Eu sou um idiota – sussurrei.
- Que bom que você sabe – falou uma voz atrás de mim.
- O que você faz aqui? – perguntei grosso.
- Tinha vindo me despedir da Bella e vi você fazendo esse papelão – falou Jared com as mãos no bolso.
- Você fala isso por que não a ama de verdade – falei.
- Ai que você se engana... Eu errei muito mesmo, e machuquei ela demais também, mas eu nunca deixei de amá-la... – bufei rindo amargamente.
- Você nunca a amou... Quem ama não traia.
- É eu pensava assim até perde-la... Mas é como dizem, agente só dá valor aquilo quando se perde.
- Você já tinha perdido ela a muito tempo.
- Na verdade não, eu a perdi no momento em que ela conheceu você... Ela ama você, como nunca me amou... O que é realmente terrível, já que eu sou mil vezes melhor que você – ele riu e eu o acompanhei. Ele me deu um soco no ombro e falou – Relaxa, se você a ama de verdade, vai esperá-la, até porque não é tanto tempo assim... Quatro anos se passam rápido.
- Quatro anos... – repetir e olhei pra ele pela primeira vez – Você esperaria?
- Eu vou esperar, e ai quando ela voltar, e vou provar que a amo mais do que você – falou começando a se afastar.
- É vai sonhando – falei um pouco alto, pois ele já estava longe, ele só fez me dá um tchau com a mão e ir embora – Eu vou esperá-la... Para sempre... – falei pra mim mesmo e levantei indo embora do aeroporto e jurando pra mim mesmo que jamais desistiria dela...
Da minha Bella...
#Pov Bella
Finalmente, depois horas e horas, e de avião a avião, eu finalmente tinha chegado a Londres. Depois do meu mico dentro do avião, decidi parar de chorar e comemorar essa nova fase da minha vida que estava começando e nada melhor do que comemorar com chocolate e café. O chocolate por que amo e café pra me manter acordada, não queria perde nada da viajam, mas não adiantou muito, pois depois de quatro horas de viajem eu já estava dormindo. Só acordava quando era pra fazer o check-in e ir pra outro avião. Por isso que quando cheguei em Londres minha cara devia ta horrorosa. Mas nem me importe, só estava feliz por finalmente chegar.
Sai do aeroporto carregando minhas três malas, sim três malas, eu não ia trazer tanto, mas Alice inventou de fazer comprar para a viagem e olha no que deu? Felizmente consegui achar um taxi rápido, lhe dei o endereço do apartamento e ele me levou prontamente.
O apartamento ficava em um conjunto de casas, por fora parecia bem bonito, agora só teria que ver por dentro. E como prometido, ele ficava na frente do Hyde Park. Eu paguei o taxista e subi com aquelas malas pesadonas. Graças ao bom Senhor, tinha um elevado, porque subi três lances de escada com três malas é sacanagem. Quando cheguei no meu andar, comecei a procurar o numero 144 que era o meu apartamento. Demoro um pouco, mas finalmente encontrei. Alice tinha me dado a chave do apartamento – nem imagino como conseguiu – por isso não bati na porta, fui entrando mesmo.
O apartamento por dentro era lindo. Simples, mas aconchegante. Ele era todo branco, havia duas poltronas azuis, a cozinha não era muito grande. Simplesmente lindo.
- Ah que bom que você chegou... – falou uma voz rouca atrás de mim.
- AAAAAHHHH...
- AAAAAHHHH... – gritamos nós dois juntos por causa do susto.
- O que você faz aqui? – perguntei me afastando um pouco.
- Eu moro aqui Bella – respondeu Jacob sorrindo, parecendo não se importa nem um pouco por esta conversando comigo só de bermuda e sem camisa.
- Não, você não mora aqui... Eu moro aqui.
- É, você e eu – respondeu tranquilamente se sentando em uma das poltronas.
- Não! Olha eu vim aqui pra morar com uma garota chamada Jacky – falei cruzando os braços e desviando o olhar, pois todas vez que o olhava só conseguia olhar pro seu corpo musculoso.
- Jacky? – perguntou rindo – Acho que você se confundiu Bella, é Jack.
- Não, eu ouvi muito bem, foi a própria A... – parei de falar nesse momento, entendendo tudo – Alice – exclamei chocada.
- Ela não te disse né? – perguntou também entendendo tudo.
- Não – falei me sentando também – Droga o que eu vou fazer?
- Como assim?
- Bom, eu vim pra morar com uma garota, não... Um... Homem – falei abaixando a cabeça, pois de novo começava a secar seu corpo.
- Ah qual é Bella? Se fosse até alguém que você não conhecesse tudo bem, mas sou eu... Jacob.
- Você não entende né? Eu nunca morei com um cara... – falei colocando o cabelo pra trás nervosamente – E deve ser... Muito difícil morar com um.
- Como se não fosse difícil com uma mulher – rebateu, eu só fiz bufar e virar a cara. Alice me pagava por me fazer passar por isso. Ele de repente se levantou e veio andando até parar na minha frente – Por que a gente não começa tudo de novo, como se não nos conhecêssemos... – falou e estendeu a mão direita – Prazer, sou Jacob Black.
Fiquei olhando pra sua mão por um tempo. Morar com um homem jamais esteve em meus planos, mas eu prometi que ia mudar, e tava na hora de começar, por isso levantei e apertei a sua mão.
- Isabella Swan.  

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