Capítulo 4 - A Viagem (O Trato - Segunda Temporada)

Capitulo 4 - A Viagem

#Três semanas depois...

Andava pelos corredores da faculdade às pressas, praticamente correndo para a biblioteca. E eu não era a única, muitos alunos passavam por mim quase tão apressados quanto eu, e o motivo de toda essa agitação? Daqui a um dia seria feriado prolongado, e era por isso que todos estavam tão agitados. Todos corriam porque os professores não eram nem um pouco bestas, e sabendo do feriadão, tinham enchido todos de deveres de casa, e quem em sã consciência iria ficar em casa no feriado? Todos corriam exatamente para terminar os trabalhos rapidamente.

Cheguei a biblioteca ofegante, mas viva e com a promessa de que realmente teria que voltar a malhar, não que um dia eu tivesse começado. Enquanto eu procurava algum lugar sossegado para fazer meus trabalhos, eis que me deparo com o cara mais deprimido que eu já conheço: Jasper vulgo ex-pagode agora vocalista de boyband. Ele estava de cabeça baixa, encarando um livro em sua frente. Suspirei me lembrando daquele fatídico dia da briga...

#Flash Back On

“Minha boa se abriu em um ó gigante quando vi o pagode corre para cima do Zach. E o mais surpreendente ainda foi ver o Zach, com todo aquele tamanho, corre do pagode como diabo corre da cruz.

- Fica calmo Jasper – falava Zach enquanto corria.

- Calma? Você quer que eu tenha calma?! – pagode gritou de raiva e jogou um vaso que havia em cima de mesa no podre do Zach, que por sorte desviou. Alice deu berro de desespero ao meu lado quando isso aconteceu.

- Faça alguma coisa Bella! – pediu ela desesperada.

- Fazer o que? Se eu chegar perto é capaz do pagode me atirar janela afora.

- AAAAAAAAAHHHHHHH SOCORROOOOO! – Zach gritou quando Jasper jogou um abajur nele.  Eita que o pagode num ia quebrar só a cara do tapado do Zach, mas a casa também.

- Mas o que está havendo aqui?! – perguntou Edward descendo as escadas acompanhado de... Lucy. Tentei não ficar chateada com isso, óbvio que não deu muito certo.

- Zach dormiu com a Alice e agora o pagode ficou louco – respondi como se fosse a coisa mais normal do mundo.

- FAÇAM ALGUMA COISAAAAAA!!! – a besta ambulante continuava a pedir ajuda. Felizmente Edward usou aquela enorme cabeça que Deus lhe deu e prendeu Jasper entre seus braços. Pagode parecia um cão com raiva, ficava toda hora bufando.

- Calma Jasper, respira – Edward tentava ajudar.

- Como posso ficar calmo se esse fura olho me traiu? – e novamente o pagode tentou escapar dos braços de Edward.

- Qual é cara, foi você que terminou com ela – se defendeu Zach. – Você começou a pegar um monte de garotas por ai, porque eu não posso também?

- Você sabia que isso era uma mentira! Que eu fiz tudo isso para causar ciúmes na Alice! Você sabia que eu a amava.

Depois disso só o que escutamos foi o corpo desacordado de Alice cair no chão.

- Coitada. Não aguentou tantas emoções – foi a única coisa que eu disse.”

#Flash Back Off

Balancei a cabeça, me lembrando de como Alice ficou histérica quando acordou. Nunca a baixinha falou tanto. Segurei melhor os livros em minhas mãos e fui em direção a Jasper.

- Esse lugar não está ocupado, né? – perguntei já me sentando. Ele suspirou quando me viu.

- O que você quer, Bella?

- Credo Jasper, quanto mau humor – ele suspirou revirando os olhos para mim. É, parecia que ele não estava para brincadeira, então resolvi ir direto ao assunto. – Se fazendo de vitima não vai fazê-la voltar para você.

- O que você quer dizer com isso?

- Que se fazendo de coitadinho não vai fazer Alice voltar para você, o idiota da história foi você, não ela.

- Alice me traiu!

- Ela não traiu você! Claro que foi estúpido da parte dela transar com um desconhecido, mas tenta ver o lado dela Jasper. Ela estava bêbada.

- Você não perdoaria se fosse o Edward.

- Exato! E é porque eu e o Edward não fomos feitos um para o outro – a verdade daquelas palavras causaram estranhas dores em meu peito. Edward e eu jamais ficaríamos juntos, o destino já se encarregou de provar isso. – Mas você e Alice são perfeitos juntos, um não consegue viver direito sem o outro.

- Alice pareceu se virar muito bem sem mim.

- Errado! Até eu que passei todo esse tempo sem vê-la sei que esta mudada. E se você a ama de verdade perceberia isso.

Jasper ficou em silêncio depois disso, perdido em seus próprios pensamentos. No fundo torcia para ele ver a razão e perdoa a baixinha. Eu vivia um amor não correspondido, não gostaria de ver a minha melhor amiga viver um também.

- O que eu devo fazer? – Jasper perguntou rendido. Um sorriso do tamanho do mundo surgiu em meus lábios.

- Aproveita que você está todo mudado e use isso ao seu favor.

- Como assim?

- Simples Jasper, conquiste-a. Desde o inicio desse relacionamento a Alice que fez tudo para mantê-los juntos, até a iniciativa quem teve que tomar foi ela, agora é a sua vez de ser o homem da relação e se prepara, porque não vai ser uma luta fácil, a concorrência vai atacar.

- O que você quer dizer com isso?

- Que talvez para Alice e Zach não tenha sido uma simples noite.

- Você sabe de alguma coisa? Ela te disse alguma coisa? – perguntou não escondendo o seu medo de perde a baixinha.

- Ela não me disse nada, mas se você reparar, verá que ela se encantou com o Zach, porque aquele cara pode ser um idiota, mas sabe como conquistar uma mulher.

- Então terei que lutar por ela, e você acha que isso vai dar certo?

- Eu não sei, mas o que importa? Você estará lutando pelo seu amor, não é isso que importa? – sei que estava parecendo uma inocente adolescente apaixonada, mas eu precisava que ele lutasse, se eu não tinha coragem de lutar pelo meu amor, não deixaria que ele desistisse do dele.

- Você tá certa, é, eu vou lutar por Alice – ele falou entusiasmado e foi impossível não me contagiar com sua alegria. – E eu já até sei como vou começar.

- Como?

- A casa de praia do Carlisle.

- O que?!

........................*......................

- Então, o que acham? – perguntou Jasper. Nesse momento estávamos todos no pequeno apartamento dos meninos, com todos eu digo todos os Cullens, meus pais, Charlie, Jacob, Nessie, Lucy e incrivelmente até Ângela, que estava com a sua inseparável câmera que ficava filmando todos nós a cada minuto. Bufava toda vez que a câmera era direcionada a mim.

- Viajar nesse feriadão para a minha casa de praia? – perguntou Carlisle em duvida. Sim, essa era a brilhante ideia do pagodeiro moderninho, viajar para a casa de praia de Carlisle, uma casa que eu nunca imaginei existe tenho que acrescentar. Ele disse que assim, longe dos olhos de Zach, seria mais fácil para ele reconquistar Alice.

- Eu acho uma ideia maravilhosa – falou minha mãe com os olhos brilhando de excitação. – Tenho que aproveitar antes que minha barriga comece a crescer.

- Para onde a Renée for eu vou junto – falou Charlie e minha mãe ficou em jubilo com isso. Os apaixonados começaram a se beijar e tenho que dizer, às vezes o amor era nojento.

- Eu e a ursinha topamos tudo se ficarmos no mesmo quarto – falou Emmett com um sorriso sacana/malicioso nos lábios.

- Arg! – fizemos todos juntos só de imaginar o que eles fariam entre quatro paredes.

- Para nós está ótima, será bom uma viagem em família – falou Carlisle beijando os cabelos  de Esme.

- A gente também topa! – falou Lucy sorridente representando ela e Edward. Já esse não pareceu muito animado, ao contrario, ficava a todo momento encarando a mim e a Jacob que estava ao meu lado.

- Apesar d’água salgada estragar o meu cabelo, eu vou, necessito espairecer a cabeça.

- Eu também vou, preciso ficar longe do meu vizinho, aquele cara é muito grudento – falou Ângela não se importando se tinha sido convidada ou não.

- A gente vai se a Bella for – falou Jacob e nessa hora todos olharam para mim, esperando a minha resposta. Olhei discretamente para o pagode e o próprio me lançou um olhar de suplica. Suspirei em derrota. Odiava praia, mas se era para ajudar Alice e o Jasper eu faria esse sacrifício.

- Claro, faz tempo que eu não vejo a praia.

- Perfeito! Partiremos amanhã de manhã cedinho – informou Carlisle com um sorriso nos lábios e assim todos começaram com as conversas animadas sobre a vigem, menos eu, Edward e Jacob. Será que só nós percebíamos que essa viagem ia acabar em merda?

...........................*..........................

Agora estava no quarto meu e da Alice. A baixinha se mexia pelo quarto como um furacão, arrumando não só as suas malas, mas como as minhas também, não que eu tivesse muito o que levar, digamos que usar biquíni não era muito atraente em Londres.

- O que achas desse aqui Bella? É bonito? – perguntou me mostrando um biquíni vermelho sangue. Chamativo, mas bonito.

- É lindo – falei desanimada. Ela me olhou interrogativamente um estante antes de perguntar.

- O que foi? Por que você tá tão pra baixo assim?

- Não te preocupa Alice o fato de todos estarmos indo juntos, quero dizer, eu, Edward, Jacob e Lucy? Você não imagina que isso pode resultar em uma grande confusão?

- Bom, é claro que isso pode dar em uma grande merda, mas não é como se vocês pudessem evitar ficarem juntos, não é? Uma hora isso ia acontecer.

- Não eu sei, mas é que... – suspirei. – Edward e Jacob se odeiam.

- Eles não se odeiam, só... Não se bicam.

- Ah ótimo, isso é animador Alice – falei sarcástica.

- Olha, relaxa tá? Vai dar tudo certo, é só vocês não tentarem ficar no mesmo ambiente por muito tempo.

- Obrigada pelo conselho óbvio. – falei me levantando e pegando a minha bolsa.

- Aonde você vai?

- Na casa do Jacob, tenho que arrumar a mala da pirralha. Daqui a pouco eu to aqui – falei e sai. Enquanto andava pelo corredor ouvir um barulho vindo do quarto do Edward e mesmo com a chance de ser chamada de enxerida, fui ver o que estava acontecendo.

Antes não tivesse ido ver, talvez isso pudesse ter evitado a dor que eu senti no peito ao me deparar com a aquela cena. Lucy estava na ponta dos pés e com os braços ao redor do pescoço de Edward, já ele rodeava a sua cintura com as mãos e seus lábios, ah seus lábios, estavam grudados com o de Lucy, em um beijo calmo e carinhoso. Arfei como se meu coração tivesse sido baleado e ninguém estivesse perto para me ajudar a estancar o sangue. Arfei de dor. O barulho acabou chamando a atenção deles.

- Bella... – falou Edward se separando de Lucy.

- Ah oi... – falei tentando controlar a vontade de chorar que tomava conta de meu corpo.  – Eu não queria atrapalhar.

- Não, que isso – disse Lucy sorrindo gentilmente para mim. Era quando ela dava esses sorrisos que eu me sentia mais mal ainda por está mentido para ela.

- Bom, eu estou indo para a casa do Jacob, então... Tchau – e sai de lá antes que eles pudessem dizer algo. Fui em direção a casa de meu amigo com o coração estraçalhado, se é que ele pudesse ficar pior do que já estava.

..........................*..........................

- Prontinho! Tudo arrumado – falei terminando de fechar a mala de Renesmee, que estava estourando de tanta coisa.

- Não sei por que preciso de tudo isso, só vamos ficar alguns dias – se queixou cruzando os braços – A sua mala com certeza não vai estar assim.

- Criança tem que levar mais roupa que adulto.

- E eu posso saber o por quê?

- Simples. Porque você é uma criança. – bufou contrariada.

- Só fique claro que eu não levarei essa mala pesada.

- Claro que não, e é por isso que seu primo existe.

- Ei, eu não sou um burro de carga – falou Jacob entrando no quarto e se jogando ao lado de Renesmee.

- Claro que não, você é só o burro, mas sem a carga – caçoei de sua cara.

- Ah é? Então agora você verá o que o burro aqui é capaz – falou antes de me puxar pelo braço e me jogar na cama e começar a fazer cócegas em mim.

- AHAHAHAHAHAHAH PA... AHAHAHAHA.... JACOB!

- Vem Renesmee, me ajuda!

E logo a pirralha também estava fazendo cócegas em mim.

- AAAAAAHHHHHHHHH... PARA... AAAAAHHHH... JACK..... – eu só conseguia rir. Meu peito já estava começando a doer de tanto eu rir.

- Só se você disser que eu não sou um burro de carga!

- Nunca! – e voltei a gargalhar. As lágrimas já rolavam soltas pelo meu rosto, mas pela primeira vez, em todo esse tempo, eram lágrimas de alegria.

- Então eu não vou parar – e as cócegas se tornaram piores, porque de repente Renesmee foi para o pé e porra! O pé já era covardia.

- TUDO BEM! – me dei por vencida e as cócegas param por um momento – Você não é um burro de carga, ao contrario, você é lindo e maravilhoso – revirei os olhos enquanto dizia aquilo.

- Eu sei disso! – disse sorrindo convencido. Bufei lhe empurrando e levantando da cama.

- Ok, já cansei de sofrer nas mãos de vocês dois, to vazando gente.

- Mas já? – falou Jacob também se levantando.

- Tenho que terminar de arrumar a minha mala, deixei tudo na mão da Alice, tenho até medo do que ela colocou lá. – peguei minha bolsa e fui pra sala, sendo seguida por Jacob. – Não se esqueça que é para você está na frente do apartamento dos meninos amanhãs as seis. Lá a gente vai dividir onde cada um vai.

- Não vou esquecer.

- Bom, então eu já vou.

- Espera, antes só me diz uma coisa.

- O que?

- O que aconteceu para você chegar com aquela cara mais cedo? – um mal do Jacob? Ele era muito observador.

- Não aconteceu nada.

- Claro, e eu sou o papai Noel. Vamos, o que aconteceu?

- Eu já disse que não foi nada.

- Eu já até sei o que foi. Edward to certo? – eu não respondi. – Que droga Bella, até quando você vai se deixar machucar por ele.

- Eu não...

- Quando você vai começar a resistir Bella? – me cortou.

- Eu já estou resistindo Jacob. Por acaso você esta me vendo chorar?

- Não agora, mas quem sabe mais tarde? Quando você estiver sozinha? Quem me garante que você não vai começar a chorar?

- Eu te garanto! Eu também já cansei Jacob, ok? E eu to tentando, mas não espere uma mudança tão rápida, isso leva tempo.

- Só espero que não leve tempo demais – foi só o que ele disse antes de me dar as costas.

..........................*........................

Suspirei deixando que a água quente do chuveiro amolecesse os nós das minhas costas. Tentava a todo custo não pensar na minha briga com o Jacob, mas era difícil não pensar em suas palavras. “Só espero que não leve tempo demais”... O que ele quis dizer com isso? Fui tirada de meus pensamentos com a porta abrindo abruptamente. Abrir a porta do box um pouquinho, deixando amostrar só a minha cabeça e me deparo com um Edward escovando os dentes tranquilamente.

- Com licença, mas está ocupado – falei tentando não deixar amostra a minha total incredulidade. O desgraçado só fez dar de ombros. Bufei de raiva. – Edward saia, eu estou tomando banho.

- Não é como se eu nunca tenha lhe visto nua Isabella – falou frio cuspindo o resto de pasta na pia e logo enxaguando a boca.

- E também não é como se ainda namorássemos – respondi séria. – Você namora a Lucy agora, deve-lhe respeito.

- Eu não estou traindo ela – e pela primeira vez desde que entrou, ele olhou em meus olhos. Os mesmo olhos verdes que eu vi quando era criança continuava ali, só que agora estavam cobertos por uma mascara de frieza e seriedade.

- Ah claro, ficar trancado dentro de um banheiro com uma mulher nua não é nem um pouco traição.

- Eu não estou vendo o corpo dessa mulher nua – respondeu. Me deu raiva a forma como ele revidava cada objeção minha. – E relaxa ok? Se você quer saber, você não é lá essas coisas, na verdade seu corpo é bem normalzinho. – e virou o rosto novamente.

Meu queixo caiu em descrença com que ele tinha acabado de dizer. Normalzinho? NORMALZINHO?! Como ele pode dizer isso se foi com esse corpo que ele tantas vezes gemeu de prazer? Como ele pode dizer isso se foi nesse corpo que ele tocou seus lábios rosados e disse que jamais sentiu uma pele mais sedosa que a minha? Como ele pode dizer isso depois de já ter fundido seu corpo ao meu e ter sentido os maiores prazeres que um homem pode sentir? Como ele pode simplesmente dizer isso?

Senti meu sangue ferver de raiva com aquela mentira, sim porque eu sabia que aquilo era uma grande mentira. Edward pode dizer tudo, mas nunca dizer que não sentiu prazer comigo, porque eu lhe dei tudo. Aquela noite foi mais do que um caso carnal, foi na minha concepção a junção de duas peças de um mesmo quebra cabeça que jamais conseguiriam se ligar pelo tamanho de suas diferenças. Foi a minha total entrega a ele, não só corporal, mas também emocional. Naquela noite eu lhe dei mais do que meu corpo, lhe dei meu coração.

E acho que por isso me feri tanto com que ele disse. Porque em nosso “relacionamento” nada foi normal, principalmente eu. E tomada pela raiva e coragem de provar para ele que o meu corpo era mais do que normalzinho, abri completamente a porta do box e lhe deixei amostra o meu corpo.

- Então isso aqui é normalzinho?

Ele virou e me encarou de boca aberta. Seu olhar ficou negro de desejo e senti o meu corpo aquecer. Era hoje que eu provava para ele que eu não tinha nada de normal.

Ele engoliu em seco antes de dar seus primeiros passos em minha direção. Parou em minha frente, tão perto de mim que conseguia sentir o calor que readiava de seu corpo. Tremi quando senti suas mãos em minha cintura, segurando-a firmemente enquanto juntava seu corpo ao meu. Um pequeno gemido saiu de meus lábios quando meus seios túmidos encostaram em seu peitoral. Vi ele lamber os lábios enquanto me olhava e se fosse possível, meu corpo se aqueceu mais ainda.

Foi abaixando a cabeça lentamente, até ela estar na mesma altura da minha. Estava tão perto, tão perto que sua respiração batia em meu rosto. Minha boca salivou a espera de seus lábios, lábios que tantas vezes eu beijei, mas mesmo assim a cada novo toque deles eram únicos em minha boca. Fechei meus olhos à espera de seu próximo passo. Eu senti o leve tocar de seus lábios quando...

Toc,toc,toc...

- Bella, você ta ai?

Empurrei Edward com toda a força que eu tinha após ouvir a voz de Lucy. Meu Deus! O que ela queria justa agora?

- Bella, eu posso entrar?

Edward e eu nos encaramos em pânico. Se ela entrasse, como Edward sairia?

- E agora? – sussurrei em desespero.

- Eu não sei! – sussurrou de volta tão desesperado quanto eu.

- Bella, to entrando...

- Oh merda! – exclamei puxando Edward pela mão e o colocando dentro do box comigo, fechando a porta bem na hora que a Lucy entra.

- Bella?

- Ah oi – falei tentando não demonstrar meu desespero.

- Eu atrapalho?

- Que nada, só, to tomando banho.

-Ah então continue tomando banhando e eu fico falando ok?

- Claro – e liguei novamente o chuveiro. Segurei a risada ao ver a cara que o Edward fez ao se ver completamente molhado. Simplesmente movi os lábios dizendo um belo bem feito para ele.

- Você conhece o Edward já faz um tempo né? – perguntou e mesmo não a vendo, tinha certeza que estava nervosa.

- Como assim?

- Tipo, vocês são amigos certo?

- Hum, amigos, amigos a gente não é, mas... Por que a pergunta?

- Você achar que ele gosta de outra pessoa? – Edward de repente começou a tossir feito um doido, provavelmente se afogou. Como? Isso eu já não sabia. – Você tá bem?

- To, só me engasguei aqui. Por que você acha isso?

- Bom, já estamos namorando a alguns meses e ele nunca quis dar o próximo passo.

- Com próximo passo, você quer dizer...

- Sexo Bella! A gente fica só nos beijos e mais nada. Às vezes fico pensando que esse namoro é um erro e que é inútil tentar segurar Edward a mim.  

Olhei Edward, mas ele encarava algo além de mim, perdido nas palavras que Lucy havia proferido. Respirei fundo não sabendo o que dizer. Como ela queria que eu falasse dos sentimentos de Edward se eu própria não entendia os meus?

- Talvez... – comecei não sabendo muito bem o que falar. Edward e eu começamos a nos encarar a partir dai. – Ele só esteja confuso, pode ser muita coisa nova e ele não saiba muito bem lidar com isso. Edward não é o tipo de pessoa que fica com outra sem gostar dela de verdade, ele pode ser tudo menos hipócrita, então tenha um pouco de paciência, logo ele se entregara completamente você.

- Você tem certeza?

- Absoluta!

- Então tudo bem! – falou mais animada agora – Vou procurar ele então. Bom banho e desculpa o incomodo.

- Que isso, pode ir.

- Ok! Beijinhos Bella – e depois só escutei a porta se fechando.

- Bella...

- Vai – falei me afastando dele – Sua namorada precisa de você.

Ele não disse nada e saiu. Eu fiquei lá, sozinha novamente, tentando convencer a mim mesma que era melhor para Lucy não saber nada de mim e Edward, mas a cada dia mais eu me perguntava se era realmente certo. Suspirei entrando novamente debaixo d’água.

Seria uma viagem difícil.